domingo, 20 de setembro de 2009

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS

5º Simposio de Ensino de Graduação

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS - UMA VISÃO APROFUNDADA

Autor(es)

VITOR GUZZO VILELA

Co-Autor(es)

ALEXANDRE SUTTO DE GODOY

RAFAEL GEVARTOSKY

Orientador(es)

Eline Tereza Rozante Porto

1. Introdução

A modalidade Tênis em Cadeira de Rodas foi uma opção pelos integrantes do grupo, já que este incluía dois

deles com experiência no esporte convencional, ou seja, no Tênis de Campo. Este trabalho foi realizado

para a disciplina de Atividade Motora Adaptada, sob Orientação da Professora Eline Porto. A proposta do

trabalho foi realizada para mostrar aos alunos do 5º semestre do curso de Educação Física as

características e funcionalidades do Tênis para Cadeirantes e também, ilustrar suas diferenças com relação

ao esporte convencional, o tênis de campo. Para este trabalho, foram realizadas pesquisas em sites como

do Comitê Paraolímpico Brasileiro, International Tennis Federation e das Paraolimpíadas Atenas 2004.

Ainda consultamos o autor POMME e CAVALCANTI (2006). Vale ressaltar que, o Tênis para Cadeirantes é

uma das modalidades pára- olímpicas mais praticada no mundo, porém, no Brasil há poucos praticantes. O

pioneiro deste esporte no Brasil foi José Carlos Morais. O esporte requer dos atletas um alto nível de

técnica, velocidade, resistência física, reflexos, precisão e força.

2. Objetivos

O objetivo deste trabalho é: 1) mostrar o Tênis em Cadeira de Rodas, promovendo a divulgação do mesmo;
2) apresentar as diferenças entre Tênis para Cadeirantes e o Tênis de Campo convencional; 3) conhecer

sobre as especificidades da modalidade adaptada

3. Desenvolvimento

Para a realização do trabalho realizamos pesquisas bibliográficas, em que nos atentamos sobre as regras do

jogo, seus materiais, a classificação dos atletas e curiosidades que envolvem o esporte.

4. Resultados

Regras de Jogo O jogo de Tênis em Cadeira de Rodas segue as mesmas regras do Tênis, com as seguintes

exceções: a) A Regra dos Dois Quiques: é permitido que a bola quique duas vezes. O jogador deve rebater

a bola antes dela quicar pela terceira vez. O segundo quique pode ser tanto dentro quanto fora dos limites

da quadra. b) A Cadeira de Rodas: A cadeira é considerada parte do corpo, e todas as regras aplicadas ao

corpo do jogador, devem ser aplicadas à cadeira. c) O Saque: O saque deve ser executado da seguinte

maneira: Imediatamente antes de começar o serviço, o sacador deve estar numa posição imóvel. Antes de

acertar a bola, lhe será permitido empurrar a cadeira. O sacador deve, através da execução do serviço, não

tocar, com qualquer roda qualquer outra área a não ser aquela atrás da linha de base dentro dos limites da

extensão imaginária da marca central e das linhas laterais. Se os métodos convencionais de serviço forem

fisicamente impossíveis para um jogador tetraplégico, o jogador ou um indivíduo deve soltar a bola para tal.

No entanto, o mesmo método de serviço deve ser utilizado todas as vezes. d) O Jogador Perde o Ponto

quando: Se falhar a devolução da bola antes que ela toque o solo três vezes. Se ele usar qualquer parte dos

pés ou das extremidades mais baixas como breques ou estabilizadores enquanto devolve o saque, rebate a

bola, vira ou pára contra o solo ou contra qualquer roda enquanto a bola está em jogo. Se ele deixar de

manter um dos glúteos contra o assento da cadeira enquanto rebate a bola. e) Impulsionar a Cadeira com os

Pés Se por causa da falta de capacidade um jogador estiver inapto a impulsionar a cadeira através das

rodas, então este deve impulsioná–la com um dos pés; f) Tênis em Cadeira de Rodas/Tênis quando um

tenista cadeirante estiver jogando com ou contra um jogador sem deficiência, em simples ou duplas, as

regras do Tênis em Cadeira de Rodas devem ser aplicadas ao cadeirante e as regras do Tênis para o outro

tenista. O Tenista Cadeirante Competitivo: Para poder ser aceito a competir nos torneios de Tênis em

Cadeira de Rodas sancionados pela ITF e Jogos Para Olímpicos, o jogador deve ter uma inabilidade física

permanente que seja medicamente diagnosticada. Esta inabilidade física permanente deve resultar em uma

perda funcional substancial em um ou ambos membros inferiores. Os jogadores devem estar dentro de um

dos parâmetros de aceitação: - déficit neurológico no nível S1 ou proximal, associada com a perda da função

motora, ou; - artrose severa e /ou substituição da articulação do quadril, joelho ou tornozelo, ou; - amputação

de qualquer articulação dos membros inferiores proximal à articulação metatarsofalangeal; - jogador com

inabilidades funcionais em um ou ambos membros inferiores equivalentes à tetraplegia (QUAD) que se

encaixam em: Déficit neurológico no nível C8 ou proximal associado à perda de função motora ou;

amputação de membro superior, ou; Focomelia (Má formação congênita) do membro superior, ou; Miopatia

ou Distrofia Muscular do Membro superior, ou; jogador com inabilidades funcionais em um ou ambos

membros inferiores. A combinação de função de membro superior dominante e não dominante e função de

tronco será considerada ao avaliar a aceitação do seu status de QUAD. Para ser julgado aceitável para

status de QUAD, o jogador que pode demonstrar um bom nível de função e controle de tronco, precisará ter

um maior nível de inaptidão nos membros superiores do que aqueles jogadores com pequeno ou nenhum

controle de tronco.

        Jogadores QUAD não podem usar nenhum dos pés para impulsionar a cadeira. Cadeiras

Elétricas Jogadores que têm severas limitações em sua mobilidade as quais impede de empurrar a cadeira

manualmente, podem usar cadeira de rodas elétrica para jogar tênis. No entanto, uma vez que os jogadores

escolheram jogar em uma cadeira elétrica, eles devem continuar fazendo em todos os eventos sancionados

pela ITF. Em caso de ocorrer algum dano com a cadeira do competidor, ele terá um tempo limite de 20

minutos (ao longo de toda a partida) para repará-la. Histórico Ao longo das três últimas décadas, o Tênis em

Cadeira de Rodas tem sido um dos esportes com mais rápido crescimento e um dos mais excitantes

esportes internacionais para os deficientes.

        Criado em 1976 pelo americano Brad Parks, o jogo se desenvolveu de uma atividade recreacional para um esporte profissional.

 Em 1977, ocorreu o torneio pioneiro, em Griffith Park, Califórnia. O primeiro campeonato nacional nos EUA, em 1980.

       Em resposta ao seu notável crescimento global, a Federação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTF) foi criada

em 1988 para gerir, promover e desenvolver o esporte mundialmente que é jogado em mais de oitenta

países em todos os continentes. Ainda em 1988, a modalidade estreou nos Jogos Para-olímpicos de Seul,

em caráter de exibição. Em 1991, a entidade foi incorporada à ITF (Federação Internacional de Tênis). A

partir de Barcelona-92, o Tênis em Cadeira de Rodas passou a valer medalhas. Desde então, a modalidade

é disputada por homens e mulheres, em duplas e no individual. No dia 1 de Janeiro de 1998, a IWTF foi

totalmente integrada à ITF (Federação Internacional de Tênis), se tornando o primeiro esporte para

deficientes a alcançar tal união em nível internacional.

Com o intuito de manter relações com as nações fundadoras da IWTF, foi criada a Associação Internacional de

Tênis em Cadeira de Rodas (IWTA) a qual atua como um corpo conselheiro para o Comitê de Tênis em Cadeira de Rodas da ITF,

 representando a visão dos jogadores e administradores. O Tênis em Cadeira de Rodas também tem seu próprio circuito

internacional.

       O Circuito NEC Internacional de Tênis sobre Cadeira de Rodas, originado em 1992 com 11

torneios internacionais, mas tem crescido em tamanho e popularidade com os mais de 120 torneios tomando

lugar em todo o mundo. Histórico no Brasil José Carlos Morais foi o primeiro brasileiro a praticar o Tênis em

Cadeira de Rodas, em 1985. O médico gaúcho conheceu o esporte quando foi à Inglaterra competir pela

seleção nacional de Basquete em Cadeira de Rodas. Lá, a vertente Paraolímpica do tênis lhe foi

apresentada durante uma clínica da modalidade. Atlanta-96 marcou a estréia do Brasil nos Jogos

Para-olímpicos. Novamente, Morais foi o pioneiro. A continuação desta história fica a cargo de Mauricio

Pommê e Carlos Santos, o Jordan. Eles representaram o Brasil na ParaOlimpíada de Atenas-2004, e foram

os representantes do país no Para–Panamericano 2007.



ATLETAS EM DESTAQUE:

        MAURÍCIO POMMÊ: 37 anos, paraplégico. Em novembro de 1997, a vida do tenista paulistano Maurício

Pommê foi mudada por um grave acidente. O atleta caiu do telhado da sua academia de tênis e ficou

paraplégico. Um ano após o acidente, o técnico de tênis em cadeira de rodas, Sérgio Gatto, convidou

Pommê para a versão paraolímpica do esporte que desde os dez anos esteve presente em sua vida. O

resultado é que hoje Maurício Pommê está entre os melhores tenistas do mundo. Inteligente e

compenetrado, Maurício sempre teve facilidade para qualquer esporte, dentre eles o futebol, tanto é que

preferia as aulas de Educação Física na escola, curso no qual acabou se formando. Os pais, as irmãs e a

namorada Vera são seus principais incentivadores. Hoje é professor e dono de uma academia de tênis e tem

como lema um jogo feito com honestidade e qualidade. “Todos esses anos de dedicação valeram a pena.

Estou me preparando para trazer o melhor para o meu País”, diz. Também representará o Brasil no ParaPan

2007. Pommê, que é o 2º colocado no ranking nacional e 110º colocado no Ranking Mundial em simples e

84º em duplas. Atingiu seu melhor ranking em simples em Dezembro de 2003, alcançando a 48º colocação e

em Outubro de 2004 atingiu a 46º posição em duplas, seu ranking mais alto. Ao longo da carreira, já

conquistou 53 vitórias e sofreu 37 derrotas em simples, e nas duplas, venceu 38 e perdeu 29. Possui ótimos

resultados na carreira, acumulando alguns títulos, várias finais e muitos duelos com Carlos Alberto. Em 6

duelos, foram 4 vitórias de Jordan e 2 de Pommê, sendo essas 2 nas 2 primeiras vezes em que se

enfrentaram. Apesar disso, eles costumam ser parceiros em torneios de duplas e já obtiveram bons

resultados atuando juntos.

        CARLOS ALBERTO CHAVES DOS SANTOS (JORDAN): 37 anos, dificuldade de

locomoção - poliomielite. É da seleção paraolímpica brasileira de tênis em cadeira de rodas e será um dos

representantes do Brasil no ParaPan 2007. O jogador de basquetebol, Michael Jordan, é seu ídolo, por isso

o apelido. Mesmo acometido de poliomielite aos dois anos de idade, o atleta não deixou de praticar esportes

com pessoas que não tinham deficiência. Sua infância e adolescência foram recheadas de muitas

atividades: basquetebol, pólo aquático e voleibol. Depois foi que ele resolveu praticar uma modalidade

paraolímpíca. Sua mãe é a pessoa que mais o influencia e o incentiva a jogar. Carlos Alberto é o tenista nº 1

do ranking nacional e atualmente o 50º Colocado no Ranking Mundial em simples e 93º em duplas, tendo

vencido em sua carreira 3 torneios de simples, além de já ter disputado algumas finais. Já venceu vários

torneios na categoria duplas, tendo como parceiro o outro brasileiro em destaque no circuito, Mauricio

Pommê. Curiosamente, dentro dos torneios, já travou batalhas com Pommê, tendo vencido umas e perdido

outras. Ao longo da carreira, acumula 30 vitórias e 18 derrotas em simples, sendo 11 vitórias e 4 derrotas em

2007 e 23 vitórias e 15 derrotas em duplas, sendo 5 vitórias e 3 derrotas em 2007. Contra Pommê, lidera o

retrospecto com 4 vitórias em 6 jogos ao longo da carreira, tendo vencido os 4 últimos disputados. Na

carreira, atingiu seu melhor ranking alcançando a 48º no dia 02 de Julho de 2007, em simples, e em duplas,

em 18 de Outubro de 2004, alcançou a 53º colocação. Campeonatos em Destaque Em duas partidas

emocionantes, o Brasil foi o vencedor da segunda divisão do Campeonato Mundial de Tênis em Cadeira de

Rodas, realizado em Brasília, entre 1° e 7 de maio. Por ter chegado à final, nosso país volta para a divisão

de elite. Os brasileiros Maurício Pommê e Carlos Santos venceram, respectivamente, os argentinos Oscar

Diaz e Gillhermo Camusso por 2 sets a 0.

    No feminino, o time tupiniquim, representado por Rejane Cândida

e Samanta Almeida, perdeu seus primeiros jogos e não terminou entre os 10 melhores. No mundial, a

competição é disputada nos moldes da Copa Davis, onde os confrontos acontecem por país, sempre em

duplas, contando com dois tenistas reservas.



5. Considerações Finais

   A partir deste trabalho, pudemos concluir que, há pouco investimento nos esportes para-olímpicos, seja no

Tênis para Cadeirantes ou outros esportes, e com isso acaba não havendo uma grande divulgação e

expansão dos mesmos. Já com o tênis, pudemos observar que o esporte convencional vem passando por

uma crise com relação a resultados e jogadores e isso, acaba afetando de maneira indireta na modalidade

para - olímpica, pois ocorre certa discriminação, em que se relaciona o insucesso do esporte convencional

com o esporte adaptado. Além disso tudo, é muito complicado, no Brasil, conseguir apoios e também

reconhecimento praticando esportes. Porém, apesar de todos os problemas que envolvem o esporte, o

Tênis para Cadeirantes tem conseguido algumas “façanhas”, pois além das medalhas nos jogos Para -

panamericanos, há dois jogadores “top 100”, ou seja, há dois jogadores “ranqueados” entre os 100 melhores

jogadores do mundo. Para nós do grupo, foi muito gratificante e importante realizar este trabalho,

especialmente para os componentes que já tinha grande contato com o esporte convencional. O

aprendizado foi muito grande, pois aprendemos coisas que jamais imaginávamos. Itens e detalhes que nos

tornaram ainda mais conhecedores do esporte, pois nos fez enxergar pontos fundamentais nas diferenças

existentes entre o esporte convencional e o esporte adaptado. Além do mais, pudemos averiguar que o

Tênis em Cadeira de Rodas possui ainda mais dificuldades do que o Tênis de Campo quando se trata de

divulgação, patrocínio e retorno. E vimos também que apesar de ambos passarem por tais dificuldades, o

Tênis em Cadeira de Rodas também pode produzir atletas de ponta como no esporte convencional, mas que

enfrenta ainda mais problemas. Acreditamos ter conseguido atingir todos os objetivos e termos cumprido a

tarefa proposta com relação a essa modalidade pouco explorada em nosso país e esperamos que o esforço

tenha sido valido e possa contribuir de alguma maneira para o futuro do esporte no país.



Referências Bibliográficas

Comitê Paraolímpico Brasileiro. Disponível em: <http://www.cpb.org.br/modalidades/integra.asp?modal=tenis

>. Acesso em 21 jul. 2007.

International Tennis Federation. Disponível em: <http://www.itftennis.com/wheelchair>. Acesso em 21 jul.

2007.

Paraolimpíadas Atenas 2004. Disponível em: <http://cpb.org.br/atenas2004>. Acesso em 21 jul. 2007.

Pomme, M.; Cavalcanti, W. A. Tênis em Cadeira de Rodas - Manual de Orientação Para Professores de

Educação Física. Disponível em: <http://www.informacao.srv.br/cpb/pdf/tenis_cadeira.pdf>. Acesso em 21















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