domingo, 20 de setembro de 2009

Sobre

Tênis sobre Rodas


Conheça o programa de reinclusão de portadores de deficiência física na sociedade. O programa “Inserir” tem como principal objetivo favorecer a reinserção social de pessoas que tenham alguma deficiência física.





Tênis sobre rodas


Uma raquete, uma bola, uma rede no meio da quadra e duas cadeiras de roda. Isso mesm duas cadeiras de roda com seus devidos jogadores. O tênis, para surpresa de muitos, vem sendo praticado por pessoas que têm dificuldades de locomoção e funciona como meio eficaz para recuperar a auto-estima, tão machucada quando uma impotência física tende a se tornar um obstáculo para a própria vida. Marcos Martins (pseudônimo), 34 anos, tentou o suicídio quatro vezes, depois que foi atingido por uma bala, que o deixou impossibilitado de caminhar. Morador da Ceilândia, cidade com o 3º índice de criminalidade no Distrito Federal, Martins, aos 20 anos de idade, gostava de jogar bola e venceu diversos concursos de dança ao estilo John Travolta. “Eu esperava a semana toda para que a sexta-feira chegasse. Então, saía e só voltava na segunda-feira”, recorda. O acidente, há duas semanas, de seu aniversário de 21 anos, fez com que ele desistisse de tudo. “Pensava comig não consigo ser um homem pela metade, tenho que ser um homem por completo”, comenta.
Em 2001, ao ser rejeitado a uma vaga de emprego por causa de sua dificuldade de locomoção, Martins entrou numa crise de depressão que o levou à quarta tentativa de suicídio, ao rasgar o pescoço com uma garrafa quebrada. “Percebi o preconceito das pessoas. Não fazia sentido viver”, explica. Com um quadro grave de depressão, Martins foi salvo por um amigo que o levou ao hospital, onde, além de curar os ferimentos, teve de fazer acompanhamento psicológico e psiquiátrico. “Mesmo assim, quando chegava sexta-feira eu não agüentava pensar que todo mundo estava se divertindo enquanto eu ficava em casa”, confessa.
Há três meses, no entanto, a vontade de desistir de tudo vem sendo substituída por uma crescente auto-estima. Martins conheceu o pólo de Ceilândia do Programa Inserir de Desenvolvimento do Tênis em Cadeira de Rodas e passou a praticar o esporte junto a outros cadeirantes. “Antes, pensava comig de aleijado já basta eu. Hoje, sei que tive sorte de ser salvo de mim mesmo. A melhor coisa que me aconteceu foi começar a sair com esse pessoal do tênis”, comemora.
Como Martins, existem cerca de 24 milhões de portadores de necessidades físicas no Brasil, dos quais apenas 9 milhões se encontram no mercado de trabalho. O preconceito da sociedade, a falta de oportunidades e até o esquecimento de que eles existem por parte do Governo, faz com que programas, como o Inserir, se tornem uma oportunidade única na vida de pessoas que buscam apenas uma chance de demonstrar que ainda são capazes de servir à sociedade.
Criado em 1997, pela ex-tenista profissional, Cláudia Chabalgoity, o programa Inserir tem como principais objetivos favorecer a reinserção social de pessoas que tenham alguma deficiência física que dificulte a locomoção por meio do esporte, além de estimular atletas capazes de participar em competições oficiais. Segundo a vice-presidente da Inserir - Inclusão Social, Organização Não Governamental que promove o programa, Suzana Dàlet, os resultados são percebidos logo no início do treinamento. “Os cadeirantes passam a ter maior disposição e percebem que são capazes de praticar um esporte. Isso ajuda na recuperação”, explica.
Com o treinamento, surgem aos poucos a recuperação da auto-estima, a vontade de jogar, de encontrar e fazer novas amizades, e inclusive a de competir oficialmente. Carlos Marcelo Feitosa, 27 anos, também vítima de arma de fogo há oito anos, na Ceilândia, participa do programa há três meses e já faz planos. “Quero participar de um campeonato. Mas para isso tenho que lutar muito ainda”, afirma. Na mesma direção, Cid Mucholowski, 23 anos, encaminha seus sonhos e disposição. “Com certeza quero participar de um campeonato. Acho que deveríamos aumentar as aulas para três vezes por semana”, brinca.
Ao todo, o programa inédito no Brasil, conta com quatro pólos no Distrito Federal. O da Vila do Tênis, onde são treinados os participantes com potencial competitivo, hoje com oito pessoas. O da Academia de Tênis Resort, onde é dado um reforço de treinamento aos atletas da equipe de competição do programa. O pólo de Planaltina, onde são treinados seis cadeirantes e o de Ceilândia, onde 20 pessoas treinam todas as semanas. Ao todo, 38 cadeirantes participam do programa.
Para garantir o alcance social da iniciativa, de forma a abranger portadores de necessidades especiais de todas as camadas da sociedade, o treinamento, raquete, bola, cadeiras esportivas, bem como o transporte do cadeirante até as quadras são providenciadas pela ONG, que oferece também acompanhamento psicológico. Para a realização do programa a Inserir - Inclusão Social fez parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer do GDF, o Instituto Candango de Solidariedade e o Banco do Brasil, patrocinador do programa.

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O TENIS É UM ESPORTE PARA TODOS

Pessoas de qualquer idade, sexo ou grau de deficiência física podem jogar tênis. Não importa o níveo de jogo que tenha, a partir do momento em que saibam sacar, trocar bolas e pontuar, poderão ter a classificação do seu nível de jogo, facilitando, assim, a encontrar parceiro do mesmo nível para jogar.

O tênis é bom para a saúde e para a condição física. A ITF realizou estudos que demonstraram que quando jogadores amadores de nível similar jogam tênis durante uma hora, correm em media 2,5km e mantém um ritmo cardíaco médio entre 140 e 170 batimentos por minuto. Não é de se surpreender que tênis seja o melhor esporte para ajudar as pessoas de todas as idades a se manterem sadias e em plena forma.

Os estudos demonstraram que jogar tênis regularmente.

1 Melhora a saúde e o bem estar geral

2 Melhora a condição física aeróbica, a flexibilidade e a agilidade

3Reduz o risco de doenças como osteoporose, doenças cardíacas e diabetes

4 Melhora a capacidade de tomar decisões e de resolver situações difíceis.