quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dicas de Treino - Mantenha a bola mais funda com regularidade

Por Diego Vidal, treinador de tênis

Olá amigos do Tenis News,

Esta minha próxima matéria é na verdade uma dica de treino, que serve para jogadores de todos os níveis.

Primeiramente precisamos elevar o nível da rede, de preferência usando dois cabos de vassoura e uma corda, procure elevar mais ou menos um metro. A corda elevada evita que você erre na rede e mantém sua bola mais funda.



Procure bater algumas bolas por cima da corda para se acostumar com a altura, após alguns minutos vocês podem montar series de trocas de bolas por cima da linha, essas series podem ser montadas de várias maneiras:

3 series de 12 bolas
3 series de 15 bolas
3 series de 18 bolas e assim por diante, conforme o seu avanço.

Nesta foto meus alunos podem jogar em qualquer local da quadra.



Aqui vai uma primeira variação do exercício: os alunos são obrigados a jogar bolas cruzadas de direita, com alguns alvos dividindo a quadra, neste treino eles são obrigados a treinarem: direção (cruzado de direita), profundidade (após a linha do T) e constância, pois são obrigados neste treino a manter pelo menos 15 bolas nesta área.



O mesmo treino que cito acima, fazemos também para do lado esquerdo, nos mesmos moldes.



Aqui vai uma outra variação deste treino que é muito pouco usada. Os jogadores modernos muitas vezes batem a direita (quando destros) do lado esquerdo da quadra, jogando esta bola para o lado esquerdo do adversário, esta é uma jogada muito usada entre os profissionais.



Não podemos esquecer de treinar as paralelas que também são muito importantes. Novamente demarcamos uma área reduzida da quadra e trocamos bolas apenas na paralela, e importante lembrar que na paralela o espaço da quadra fica reduzido, portanto procure dar mais top spin neste treino para não errar no fundo.



Estes treinos podem ser feitos de muitas maneiras e variações, veja algumas dicas:

Livre - não e necessário fazer em series seguidas ou ter que manter a bola após a linha do T, apenas no treino de cruzadas ou paralelas e obrigado a manter a direção;

Livre com profundidad e- não é necessário fazer em series seguidas, porém é obrigatório manter a bola após a linha do T;

Seguido – é obrigatório fazer as series determinadas de maneira seguida;

Seguido com profundidade- este é um dos mais difíceis, obriga o jogador a fazer suas series seguidas e após a linha do T;

Depois de praticar essas variações, tente fazer isso com tempo determinado, isto obriga o jogador a não errar e ter que manter uma bola mais rápida, costumava usar este na Argentina com grande êxito. PRATIQUE.

Desejo a todos um ótimo ano novo, e gostaria de agradecer a todos da minha equipe.

Gabriel Ramalho Medeiros
João Gabriel da Matta
Yago Castex
Gustavo Samico
Pablo Vidal
Thiago Gomes
Bruno Campos

Um agradecimento especial ao meu outro treinador Thiago Soares e a minha atleta Juliana Gonçalves, Campeã do Master 2009.

Diego Vidal - Dúvidas e sugestões envie um email para: equipediegovidal@gmail.com

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Aprenda a usar o Saque Aberto e a segunda bola para definir!

Diego Vidal - IIPor Diego Vidal, treinador de tênis  - Olá Amigos do Tênis News, esta minha próxima matéria é sobre estratégia. Vou dar dicas de jogadas combinando o saque aberto e mais uma bola de definição.

1 - Procure fazer um saque bem aberto, de preferência um saque slice. Seu oponente devolvendo cruzado, paralelo ou no centro procure jogar uma bola rápida para o outro lado.



2- Depois de fazer a jogada 1 algumas vezes, procure executar o mesmo saque, porém bata na bola para o mesmo lado, procurando pegar o seu oponente no contra pé.



  3- Vamos para a terceira jogada. Execute o mesmo saque aberto e venha para o voleio, procure chegar ao voleio o mais breve possível, mas não se esqueça de fazer o split-step (parada com os pés) para poder efetuar o voleio equilibrado. Outra dica de voleio e ir para rede correndo na direção de onde a bola esta, dessa maneira você sempre estará no ângulo certo.



4 - Vamos para a quarta e última dica de jogada com saque aberto. Depois de executar o serviço e deslocar o adversário para fora da quadra, execute uma deixada para o outro lado, fazendo seu oponente correr uma grande distancia, de uma ponta a outra da quadra.



  Todas essas jogadas podem ser executadas para ambos os lados, gosto de treinar com meus atletas repartindo inicialmente o treino.

Primeiro treino bastante os saques abertos, depois bastante direitas e esquerdas para ambos os lados, os voleios e as deixadas. Após treinarmos dessa maneira determino a jogada e peso que executem o que foi pedido.

Diego Vidal

Perguntas, dúvidas ou sugestões: equipediegovidal@gmail.com

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Jogue Melhor - Veja o Guia de Empunhaduras!

Por Diego Vidal, técnico de tênis - Está minha próxima matéria é sobre empunhaduras. Meu objetivo é poder ajudar com os iniciantes e intermediários que ainda têm dúvida quanto às questões das empunhaduras. Trago um relato sobre cada uma delas com vantagens e desvantagens.

Continental  – Está empunhadura também conhecida como neutra, ainda é bastante usada diferente do que muitos dizem. Indicada para o saque, voleio, smash e bate-pronto. Ela facilita bastante pegar bolas baixas, aplicar golpes com slice, bloquear os saques rápidos do seu oponente e é excelente para dar toques e deixadas. Esta empunhadura permite que seu antebraço e pulso fiquem naturalmente pronados através do contato, o que ajuda para os saques e smashes.

A grande desvantagem dela é não gerar o efeito top spin nos golpes, por isso não é indicada no tênis moderno para os golpes de fundo e é difícil também para bolas altas.



Eastern de Forehand - (lado direito do destro) e Eastern de Backhand - (lado esquerdo destro)  – Esta empunhadura é bastante confortável, a mais indicada para os iniciantes aprenderem o Forehand ou Backhand. Recomendada para os jogadores de quadra rápida que gostam de ir à rede, por estar próxima da continental facilita a rápida troca de empunhadura.

Com está empunhadura você pode golpear tanto chapado quanto com top spin. Ela é boa para golpear a bola na altura da cintura ou um pouco acima disso.

Usada também nas primeiras aulas de saque e smashes, que inicialmente facilitam um pouco para o iniciante, mas não esqueça de aos poucos ir modificando para continetal.

Com essa empunhadura você já consegue gerar algum Top Spin, mas ela não é boa para as trocas longas pois não gera muito esse efeito que lhe dá bastante controle Esta empunhadura te obriga a estar bem ajustado para os golpe, o que nem sempre é possível na correria do ponto, porém para o Backhand de uma mão é a mais recomendada.



Semi-Western de Forehand e Semi-Western de Backhand - Esta é a empunhadura mais moderna que existe, Ela é a mais versatil e mais usada entre os profissionais para o Forehand. Consegue produzir uma quantidade de Top Spin satisfatória para as trocas longas e também permite você fazer uma bola mais rápida com menos Spin quando necessário. Facilita você pegar a bola entre a altura da sua cintura e até seu ombro. Essa empunhadura permite que você faça um swing mais longo. Seu ponto de contato deve ser bem mais a frente do que as outras duas empunhaduras.

Ela facilita você se adaptar às quadras de saibro e rápidas. Não é tão usada para o Backhand, mas ajuda no controle da bola. Esta empunhadura dificulta pegar bolas baixas e também nas subidas à rede após o golpe de direita devido ao grande giro que será necessario para a troca de empunhadura.



Western de Forehand- Boa para o jogo de fundo de quadra, para jogadores que gostam de trocas muitos longas de bola. Permite você gerar muito Top Spin o que lhe dá muito controle, boa para jogadores de saibro. Esta empunhadura lhe permite golpear bolas altas com uma certa facilidade. Ela não deve ser usada para o Backhand.

É muito ruim para bolas baixas, jogadores que gostam de bater o Forehand e ir à rede por esta empunhadura está muito distante da Continental. Ela te dificulta muito para gerar uma bola mais rápida com menos Spin, o que te complica na hora de aplicar Winners.





Minha próxima matéria será para quem joga de backhand de duas mãos. Vou detalhar sobre as combinações das posições das mãos esquerdas e direitas.

Deixo abaixo uma foto minha com o Nick Bolletieri, um dos maiores técnicos do mundo, dono de uma academia em Bradenton (Flória, EUA) que formaram campeões como Maria Sharapova, Tommy Haas entre outros. A foto foi tirada em Roland Garros 2008.

Equipamento - Saiba tudo sobre Cordas - Parte I


Diego Vidal - II

Por Diego Vidal e Arcelino Motta - Nosso colunista traz, a partir dessa edição, um artigo, dividido em várias partes, com as perguntas mais frequentes sobre as cordas, parte fundamental para uma raquete. Arcelino Motta ajudou na tradução do artigo.

Na primeira parte trazemos seis perguntas.

PERGUNTAS MAIS FREQUENTES SOBRE CORDAS PARA RAQUETE DE TÊNIS

1. O que é tripa sintética?
A corda comumente conhecida como tripa sintética é confecciona em nylon e sua configuração estrutural básica de fabricação está demonstrada na figura abaixo. Ou seja, a corda é composta por uma alma (núcleo) de nylon sólido, circundado por uma envoltura simples de filamentos mais finos, retorcidos e emparelhados lado a lado. Externamente a corda é revestida por uma camada de silicone para reduzir o atrito. Como diz o nome este tipo de corda foi desenvolvido para simular as características de uma corda de tripa natural.



2. Quais são as principais características que diferenciam os tipos de cordas?
O material usado em uma corda (por exemplo: nylon no caso de tripa sintética, poliéster ou o Kevlar), a construção da corda (uma alma sólida circundada por uma envoltura simples de filamentos mais finos no caso da tripa sintética), e a espessura, (diâmetro da corda) definem as características essenciais de uma corda.

3. Diferentes marcas de cordas atuam diferentemente?
  Cordas feitas do mesmo material, construção e espessura têm características muito similares, independente de qual seja sua marca. Apesar dos fabricantes dedicarem tempo e esforços para criarem uma imagem exclusiva de suas cordas, os resultados de teste científicos publicados pelo USRSA (United States Racquet Stringers Association, Junho e Julho, 2000 edições da Racquet Tech) demonstram que o material, a construção e a espessura são muito mais importantes do que a marca da corda na determinação de suas características. E ainda, dentre essas três variáveis, o material do qual a corda é feita, é de longe a característica mais importante.

4. Visto que o material (do qual a corda é feita) é tão importante, quais os materiais que existem no mercado?
Os materiais mais comuns para corda de tênis são: Tripa natural, Nylon, Poliéster e Kevlar. Testes da USRSA revelaram que a rigidez dinâmica de uma corda (Entenda como RIGIDEZ DINÂMICA a elasticidade da corda após ter sido tencionada, ou seja, quando está encordoada na raquete) “determina quase tudo” em termos de características da corda. Quanto menos rígida for uma corda, mais confortável será a rebatida de um golpe. A Tripa natural é o material menos rígido, seguido respectivamente pelo nylon, poliéster e Kevlar. A tripa natural é o material mais elástico, logo em seguida, muito próximo está o nylon, já o poliéster é bem mais rígido. O Kevlar por sua vez é o mais rígido de todos. Ao nível de rigidez, a diferença é maior quando se vai do poliéster para o Kevlar do que quando se vai da tripa natural para o nylon, e até mesmo do nylon para o poliéster.

5. Se a tripa natural é a melhor, porque ela não é usada por todo mundo?
  A tripa natural é inegavelmente a melhor corda que um tenista pode usar, e a maioria dos jogadores profissionais de ponta a utiliza. Lamentavelmente, a tripa natural é muito cara, o preço de um set para encordoar uma raquete varia de US$ 25 a US$ 35. O motivo da tripa natural ser tão cara é devido a complexidade na sua fabricação. Estas cordas utilizam com matéria prima à tripa do intestino da vaca ou do carneiro e exige muito trabalho para transformá-la em corda. Longas faixas de intestino são limpas para expor a camada de colágeno, conhecida como “serosa”, então elas são cortadas em faixas, secadas no sal por várias semanas, entrelaçadas para formar a estrutura de uma corda, e após colocada para secar por aproximadamente um dia. Depois então é coberta por uma camada de proteção de poliuretano e finalmente embalada para ser comercializada. A elasticidade da tripa natural é aparentemente devida à necessidade do intestino de expandir-se drasticamente quando recebe uma grande refeição, e de contrair-se após a digestão. A melhor marca conhecida de tripa natural é a BABOLAT VS (você já deve ter notado o logo desta marca, caracterizada por duas linhas paralelas desenhadas próximas a garganta das raquetes). Pete Sampras as usava e era conhecido por ter suas raquetes re-encordoadas antes de cada jogo, independentemente das cordas terem ou não sido usadas! A qualidade das cordas sintéticas, ao longo do tempo, foi melhorando com o emprego de novas tecnologias na fabricação. Com isso a tripa natural foi perdendo gradualmente sua popularidade entre os jogadores de ponta.

6. Uma vez que a tripa natural é tão cara, como escolher uma corda mais barata?
  Anteriormente nós vimos que a corda conhecida comumente como tripa sintética é feita de nylon e sua construção consiste de uma alma sólida circundada com uma envoltura de filamento simples. A razão pela qual a tripa sintética é a corda mais usada no tênis é que o nylon é apenas um pouco mais rígido que a tripa natural, e a construção do tipo alma sólida/ (envolvida com filamentos simples) tem baixo custo na fabricação. Em resumo, a tripa sintética consegue um excelente equilíbrio entre qualidade e preço.

Pode se aumentar à elasticidade da corda de nylon utilizando uma construção diferente. Ao invés de termos uma alma sólida circundada por filamentos finos, a corda pode ser construída inteiramente por filamentos finos de nylon. Estas são conhecidas como cordas de multifilamentos e testes da USRSA mostram que sua elasticidade fica ainda mais próxima daquela da tripa natural do que a elasticidade da tripa sintética construída com alma sólida/ (envolvida com filamentos simples). A figura abaixo mostra a construção do tipo alma multifilamento / (envolvida com filamentos simples). A camada com filamentos ligeiramente maiores (filamentos de amarração) é usada para aumentar a durabilidade porque cordas de multifilamentos normalmente não duram tanto quanto tripa sintética. Os testes da USRSA mencionados acima mostraram que as cordas de construção alma de multifilamentos envolvida com filamentos simples são tão elásticas quanta as cordas compostas inteiramente de filamentos mais finos. Cordas multifilamentos (com ou sem envoltória externa de filamentos simples) custam mais que as cordas de alma sólida, mas oferecem melhores características de jogo (facilidade na rebatida da bola).



O artigo foi traduzido por Arcelino Mota e extraído da United State Racquet Stringer Assocciation. Arcelino é o encordoador da Equipe de Treinos de Diego Vidal.

Dúvidas e Sugestões:
arcelino2@yahoo.com.br
equipediegovidal@gmail.com

Um triste domingo para o tênis brasileiro

19/09/2010 às 08h38 - por José Nilton Dalcim

* Atualizado às 18h02
Depois de uma madrugada em claro, meu estado de espírito é extremamente semelhante ao que senti, um ano atrás, no Gigantinho de Porto Alegre. Frustração. Uma enorme frustração, com aquela pergunta que muitos devem estar se fazendo: como o Brasil conseguiu perder mais uma vez a repescagem da Copa Davis?

Claro que a derrota para o Equador em casa, no saibro e com o público a favor, foi pior. Mas desta vez tínhamos Thomaz Bellucci como top 30 do ranking, Ricardo Mello muito mais experiente que os adversários indianos, nenhum clima hostil em Chennai e a espetacular vantagem de 2 a 0, construída na sexta-feira.

Mas perdemos, de virada. Com dois claros culpados: o forte calor indiano e a superação do time adversário. Bellucci sucumbiu fisicamente neste domingo, mas isso foi resultado direto da batalha que viveu na sexta-feira diante do mesmo Rohan Bopanna, o duplista que se sacrificou nas simples e virou herói. Teve uma atuação corajosa e segura contra Ricardo Mello no jogo decisivo, nem de longe parecendo estar virtualmente aposentado na carreira de simples, onde ocupa um posto mais de 400 lugares atrás do brasileiro.

Assim, ao invés de sonhar com duelos espetaculares em 2011 contra Espanha, Croácia, República Tcheca, Rússia ou Sérvia - todos com chance de acontecer aqui em casa -, amargaremos mais uma temporada no zonal americano, brigando contra canadenses ou mexicanos. Se os EUA vencerem a Colômbia, teremos que jogar apenas uma rodada para disputar outra repescagem daqui a 12 meses, a sexta consecutiva. Quem sabe, a persistência valha a pena.

Grande final - Num incrível sufoco, a Sérvia conseguiu realizar mais um sonho e colocou seu time numa inédita (e merecida) final de Copa Davis. O número 2 Novak Djokovic fez um grande sacrifício e quase se complicou na primeira partida de domingo, mas o herói foi mesmo Janko Tipsarevic, que já havia jogado muito bem no US Open.

Agora, os sérvios sediarão a final contra a França. Em que piso? Boa pergunta. Acho que o saibro tende mais para o lado dos sérvios, mas um sintético mais lento também seria boa pedida. O time francês, que esmagou a desfalcada Argentina, é bem versátil e tem mil variações possíveis, com Monfils, Tsonga, Gasquet, Llodra, Benneteau, Simon...

Para a Argentina, ficou o gosto amargo da derrota, em outra eliminatória fora de casa e ainda sem Juan Martin del Potro. Mas o time sul-americano tem tudo para brilhar novamente em 2011.

Por falar no próximo ano, o sorteio do Grupo Mundial sai nesta semana. França, Sérvia, Argentina, República Tcheca, Espanha, EUA, Rússia e Croácia devem ser os cabeças e assim serão sorteados para pegar Chile, Índia, Cazaquistão, Romênia e os perigosos Alemanha, Suécia e Áustria. Só falta definir Austrália ou Bélgica, que termina só na segunda-feira devido à chuva.

sábado, 18 de setembro de 2010

A evolução do equipamento dos top 10 nos últimos 10 anos

Por Fabrizio Tivolli
arquivo

Em sua vinda para jogar a etapa brasileira do Grand Champions, a lenda Pete Sampras disse em entrevista que para tentar ganhar o torneio de Roland Garros, teria tentado ser menos "cabeça dura" com relação ao seu equipamento, teria procurado alguma tecnologia alternativa, uma raquete maior ou uma mudança nas cordas e tensão (usava exageradamente esticada).
Ao ler essa entrevista, tive mais convicção da importância que os tenistas profissionais dão ao equipamento, tamanha a diferença que podem fazer. Por isso, fiz um comparativo dos equipamentos que os "top 10" usavam 10 anos atrás, para que cada um de nós reflita como algumas mudanças que ocorreram nessa faixa de tempo podem auxiliar em nosso próprio jogo.
Ranking de entradas de 24/10/1998:
1-Pete Sampras: raquete Wilson Pro Staff 6.0
2-Marcelo Rios: raquete Yonex Rd 10
3-Patrick Rafter: raquete Prince Warrior TT
4-Carlos Moyá: raquete Babolat Pure drive
5-Petr Korda: raquete Volkl C-10
6-Andre Agassi: raquete Head Radical over size
7-Alex Corretja: raquete Babolat Pure drive
8-Karol Kucera: raquete Yonex Rd ti 50 long
9-Tim Henman: raquete Slazenger Pro
10-Yevgeny Kafelnikov: raquete Fischer Pro number one
Considerações:
Ao analisarmos o equipamento que esses tenistas usavam nessa época, reparamos que 20% usavam a raquete Babolat Pure Drive, que a partir daquele ano veio a se tornar tendência mundial de raquete mais versátil, ou seja, que auxilia na potência e controle. Vale lembrar que o padrão que vinha desde as raquetes de madeira era de raquetes de cabeça muito pequena e pesadas. Em 1998, por exemplo, já notamos a preocupação de alguns tenistas top com raquetes de maior potência, com cabeças medindo 100 sq.in., no caso de Moyá, Corretja, etc, chegando até a 107 sq.in. no caso da raquete de Agassi, além de não serem tão pesadas. Coincidência ou não, em alusão à entrevista de Sampras citada acima, Moyá ganhou Roland Garros nesse ano, justamente usando raquetes desse perfil, que facilitam o jogo defensivo e de longas trocas de bola, como no saibro.
Quanto à questão das cordas usadas nesse período, as cordas em co-polímero (os famosos “arames”), que hoje praticamente dominam o circuito, começavam a aparecer, inclusive com Guga sendo um dos utilizavam essa corda no circuito, em 1997. No entanto, uma boa faixa de profissionais ainda usava cordas em tripa natural ou sintéticas (Sampras usava tripa natural). No campo das tensões, ainda era comum grande parte dos tenistas profissionais usar cordas altamente esticadas.
Ranking de entradas de 20/10/2008:
1-Rafael Nadal: raquete Babolat Aero pro drive cortex
2-Roger Federer: raquete Wilson K factor Six one tour
3-Novak Djokovic: raquete Wilson K factor Blade tour
4-Andy Murray: raquete Head microgel Radical pro
5-David Ferrer: raquete Prince Vendetta
6-Nikolay Davydenko: raquete Prince O3 ozone tour
7-Andy Roddick: raquete Babolat Pure drive Roddick
8-David Nalbandian: raquete Yonex Rds 001
9-Juan Martin Del Potro: raquete Wilson K factor Six one 95
10-Gilles Simon: raquete Head microgel Prestige
Considerações:
Um fato curioso é que neste ranking temos 10 modelos diferentes de raquetes, divididos em cinco marcas, com hegemonia é da Wilson. Nota-se que os profissionais dessa faixa voltaram a usar raquetes mais pesadas, com muita furação x aro, o que garante maior controle, porém exige maior vigor físico. Contudo, tenistas que têm um rendimento melhor nas longas trocas de bola e no saibro, como Nadal e Ferrer, usam as raquetes mais "confortáveis", raquetes com uma área de batida maior, quando comparada com a de todos os outros, levando certa vantagem em superfícies mais lentas (Nadal que o diga!).
A notícia "boa" é que a maioria dos tenistas profissionais tem diminuído a tensão das cordas em relação ao que se usava 10 anos atrás, seja para previnir lesões ou para ganhar maior potência no jogo. Nadal, por exemplo, usa a base de 56 libras (Brasil Open 2005). Outro fator importante é a volta das cordas mais confortáveis: os tenistas estão procurando cordas híbridas (diferentes tipos de corda nas verticais e horizontais da raquete, variando cordas confortáveis x cordas de controle) o que lhes garante mais toque, menor vibração e maior equilíbrio em sua raquete. Entre os 10, tenistas como Federer, Djokovic e Roddick já aderiram às cordas híbridas.

Em conversa com o presidente mundial da Pacific (marca alemã de cordas oficial da ATP), Marcus Schwarz, foi revelado que parece ser uma tendência mundial, principalmente entre os profissionais, a busca de cordas mais confortáveis, o que deverá ser seguido pelos amadores, tendo em vista o número de lesões causadas por cordas x tensões (muitas vezes em juvenis).
Acho de extrema importância levar em consideração o material usado pelos tenistas profissionais, principalmente dentro de um grupo tão seleto como os 10 melhores. Analisar as mudanças de 10 anos para cá certamente nos mostra diferenças importantes a serem levadas em consideração no nosso próprio jogo. Na época em que Sampras era número 1 do mundo, sua raquete não estava nem entre as 10 mais vendidas nos Estados Unidos. Quando Guga foi campeão da Masters Cup, em 2000, grande número de tenistas comprou um modelo igual ao de Guga, sem ter o tipo de movimento que a raquete exigia. O número de tenistas lesionados meses depois era notório. Por isso, é bom comparar e "peneirar" em que, realmente, a comparação entre o equipamento dos profissionais nos ajuda ou atrapalha.
Obrigado, um grande abraço e até a próxima.

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

fabrizio@tivollisports.com.br

Conhecendo a raquete infantil

Por Fabrizio Tivolli
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Tenho recebido muitos e-mails de pais que acertadamente têm se preocupado com o tipo de material, sobretudo raquetes, que seus filhos devem usar. Devo dizer que estão de parabéns, pois tão ou mais importante do que tomar inúmeros cuidados na escolha de nosso equipamento, é fazer o mesmo com as raquetes das crianças, uma vez que pela maior "fragilidade" que têm, estão mais suscetíveis a terem algum tipo de problema físico, além de atrapalhar o aprendizado ideal.
As raquetes infantis possuem uma série de particularidades quando comparadas com as de adulto. Além do comprimento mudar gradativamente (como veremos a seguir), elas têm tamanhos de cabo e pesos exclusivos.
Diferenciações de tamanho da raquete: As empresas de produtos tenísticos possuem linhas próprias para crianças, com gráficos de tamanho x idade, porém, em alguns casos, apresentam diferenças de informações de marca para marca. Tomei a liberdade de fazer uma média de todos os valores para praticamente não existir margem de erro.
Raquetes 19 polegadas: Indicadas para crianças de até 5 anos de idade ou que tenham de 90 cms até 1 metro de altura. É a menor raquete que se encontra no mercado.
Raquetes 21 polegadas:Indicadas para crianças de 5 a 6 anos de idade ou que tenham de 1m01 até aproximadamente 1m15 de altura
Raquetes 23 polegadas: Indicadas para crianças entre 6 e 8 anos de idade ou que tenham de 1m16 até 1m26, aproximadamente, de altura.
Raquetes 25 polegadas: Indicada para crianças entre 8 e 10 anos de idade ou que tenham de 1m27 até 1m40, aproximadamente, de altura.
Raquetes 26 polegadas ou "Junior": São as maiores raquetes infantis e último passo para entrar no "hall" das raquetes de adulto. São indicadas para crianças entre 10 e 12 anos de idade ou que tenham de 1m40 até 1m50, aproximadamente, de altura.
Os materiais dessas raquetes variam. Até o tamanho 23 polegadas, todas as raquetes são feitas de alumínio (o material mais simples a ser usado em uma raquete) e apesar de não possuírem qualidade extrema, garantem peso baixo e maior durabilidade contra impactos na quadra (ou fora dela, como sabemos!). A partir de 25 polegadas, já encontramos raquetes mistas de grafite a alumínio, o que possibilita uma raquete um pouco mais "firme" e com menos vibração. As raquetes de 26 polegadas possuem uma linha mais ampla, podendo-se encontrar raquetes só de alumínio, fusionadas com alumínio e grafite e apenas de grafite. Algumas marcas têm disponível raquetes 26 ou "Junior" exatamente com a mesma técnologia das suas raquetes top de linha de adulto. Isso implica em uma raquete top infantil adaptada a pesos bem mais baixos, pouca vibração e muito mais firmeza nos golpes.

Quanto à questão dos cabos, obviamente, eles vão aumentando gradativamente desde a raquete de 19 até a de 26 polegadas. Quanto ao peso, uma raquete de alumínio de 21, 23 ou 25 polegadas pesa em torno de 220 gramas, podendo aumentar ou diminuir um pouco. Já uma raquete 25 ou 26 polegadas, com materiais de grafite, pesa um pouco mais: uma top de linha infantil 26, por exemplo, pesa na faixa de 260 gramas.
Existem crianças que têm uma batida inusitada, quando comparada a crianças da mesma idade, faz movimentos muito amplos e com relativa força nos golpes. Normalmente, tal batida é acompanhada por um biotipo e preparo físico maior do que a criança normalmente teria em sua idade. Neste caso, as crianças, após um concenso entre pais, professor e loja, até podem, para o melhor aprendizado do jogo, passar para uma raquete de adulto, porém isso, em geral, acontece quando a criança tem 11 ou 12 anos. Muitos pais, professores e até lojas têm a mania de atropelar o curso natural de escolha de uma raquete adequada para a criança, ou seja, passam prematuramente para uma raquete maior ou de adulto e isso só traz desvantagens, se feito na hora errada.
No caso dos encordoamentos, obviamente quanto mais confortável a corda usada, melhor para a integridade física das crianças. É sempre preferível uma corda de tripa sintética e, no caso da tensão, o usual é uma tensão mais baixa, na casa de 50- 53 libras para até uma raquete 25 polegadas. A partir de 26 polegadas, aumentar um pouco, de acordo com o material da raquete e a necessidade da criança.
Não se esqueçam: as crianças precisam de um bom cuidado na hora da escolha de seus equipamentos, não só da raquete, mas das cordas, calçados apropriados, etc, pois entre outras coisas é justamente isso que irá definir não só um bom aprendizado, mas a permanência delas no esporte.

As marcas, clubes e entidades do tênis nunca estiveram tão preocupadas com o desenvolvimento do tênis infantil; existem inúmeros projetos cuidando dessa área e materiais cada vez mais apropriados. Por isso, agora, mais do que nunca, é a hora de incentivar nossos filhos a entrar no tênis!
Obrigado, um grande abraço e até a próxima.

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

Muitas novidades chegam ao mercado. Confira!

Por Fabrizio Tivolli
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Nas últimas matérias, tivemos o guia de cordas, para ajuda-los a escolher o tipo mais adequado deste que talvez seja o item de maior variação no universo de um tenista. No texto de hoje, traremos as últimas novidades do mercado, vale a pena conferir!
Para começar, falamos sobre o lançamento da tecnologia da Head "Youtek",que já está disponível no Brasil através da linha "Speed" usada por Novak Djokovic: foi colocado na área do coração da raquete um gel inteligente com o nome de D30. Esse material enrijece e fica mais consistente à medida que o tenista vai batendo na bola. Consequentemente, a raquete enverga menos e aumenta a resposta do golpe (com menos vibração), daí vem o nome "Youtek", pois esse gel fica mais ou menos rígido de acordo com a força com que o tenista golpeia. Os modelos disponíveis da linha Speed são a Lite (para tenistas de swing curto para médio), a Speed Mp (para swing longo) e a Speed Pro (swing muito longo e agressivo). Dentro de alguns dias estará disponível a consagrada linha Radical, com a tecnologia Youtek.
Também na área das raquetes, acaba de chegar ao Brasil a nova linha da mais do que consagrada Pure Drive. Com o nome "Pure Drive GT", a raquete continua com a mesma configuração de peso, número de cordas, etc. Sua inovação foi também no material. Em sua liga, foi incluído material híbrido de carbono e tungstênio, que fazem com que a estrutura da raquete fique mais firme e forte. O tungstênio ajuda para que ela vibre ainda menos. Além de tudo, ela mantém o eficaz sistema de eliminar vibração
patente da Babolat (Cortex system).
Outra boa novidade é a chegada de raquetes de nível competitivo como a Tecnifibre, de Marcos Baghdatis (Vo2 max Flash 315), Prince Rebel 95 (Gael Monfils) e a Yonex Rd Is 100 (Nalbandian e Hewitt).
A Wilson acaba de lançar uma grande inovação na área das cordas. A Hollow Core é um multifilamento de conforto ímpar, ideal para tenistas que fazem questão do máximo de toque e preferem que a corda vibre o mínimo possível. Isso é possível pois em sua construção, além dos filamentos, ela tem uma base "oca", feita com ar! Ou seja, quando a bola bate é gerado um efeito "estilingue" muito maior, proporcionando melhor controle (pois a bola fica mais tempo em contato com a corda), maior potência (na implusão da volta da corda) e conforto (pelo amortecimento do impacto na corda). Outra opção de extremo conforto é a chegada da Tecnifibre X-one Biphase PU, multifilamento a base de poliamida, uma das melhores cordas dessa categoria.
Também temos novidades para os calçados, como a chegada do novo tênis de Andy Roddick, o Babolat Propulse II, que é muito semelhante ao seu antecessor, salvo a estética e um novo estabilizador de velcro para a base do calcanhar. Um calçado ideal para todos os tipos de superfície, estável e mais leve que sua geração passada. Para os tenistas mais tradicionais, que preferem calçados mais confortáveis, vale a pena conferir o estiloso Lacoste Repel (branco predominante com verde), ideal
para todos os tipo de superfície, possui ponto de giro em seu solado, auxiliando no saibro, além de amortecimento em todo o solado.
Para os acessórios, a Yonex lançou o Grip Powder. Trata-se de um "talco",que quando usado nas mãos e/ou braços minimiza sensivelmente o suor, que atrapalha grande parte dos tenistas. No mercado havia apenas um tipo de gel para essa finalidade, muitos tenistas preferiam um material mais seco. Quanto às bolsas e raqueteiras, as marcas não polparam esforços no quesito imponência, pois com a chegada das raquetes novas, a Head e Babolat trouxeram a nova linha de raqueteiras da linha Pure Drive, que será usada por tenistas como Andy Roddick (linha Holder team line Blue), e a Head trouxe a linha de raqueteiras e mochilas Youtek (Djokovic combi ou Monstercombi). Ambas as linhas são de raqueteiras térmicas e reforçadas, com cores compatíveis com as raquetes.

Agora é com vocês. Na minha opinião, o mercado está recheado de boas novidades e estéticamente falando os produtos estão 100% para as diferenças diretas em nosso jogo. Podemos sentir inúmeras diferenças, principalmente em conforto, graças às inovações no âmbito tecnológico, portanto, quem está disposto a trocar os produtos, agora é a hora!
Grande abraço e até a próxima!

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

fabrizio@tivollisports.com.br

Guia de calçados para tênis. Confira!

Por Fabrizio Tivolli
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Com a excelente repercussão do guia de cordas para raquetes, que nos ajudou na escolha do tipo de material mais apropriado ao nosso jogo, levando-se em consideração tecnologias, jogabilidade e características gerais, decidimos criar um novo guia de um item que vem (acertadamente) tendo cada vez mais interesse por parte dos tenistas: o calçado. Nas primeiras matérias da coluna, foi escrito um texto sobre os calçados e sua importância, que é leitura obrigatória para aqueles que procuram entender de maneira mais eficiente sobre mais este equipamento imprescindível em quadra.
Separei por “famílias” muitos dos melhores calçados existentes atualmente no mercado, reconhecidos por centenas de profissionais e amadores, que são: calçados para conforto, calçados para durabilidade, calçados com bom custo x benefício e calçados básicos. Especificarei ao lado de cada um o tipo de quadra em que seu rendimento é mais apropriado.
Calçados para conforto: Nós, tenistas, comumente sofremos principalmente com partes do corpo como os joelhos e, acreditem, o calçado tem grande responsabilidade em ajudar não apenas o joelho, mas também o calcanhar, tornozelo, coluna, etc. Quando ganhamos em conforto, infelizmente perdemos em durabilidade. Mas isso é muito relativo, pois depende de qual piso, como e quantas vezes se usará o calçado. O ideal é ter na cabeça qual prioridade seguir. Em minha opinião, o conforto é sempre a melhor opção e não significa que o calçado durará pouco.
Asics Gel Resolution: este tênis já tem diversas gerações e é muito conhecido entre os profissionais, que podem optar por qual marca usar (muitos não podem, por conta do patrocínio). Possui a mesma tecnologia de amortecimento dos calçados de corrida da Asics (um dos melhores do mundo) e tecnologia na entresola do calçado, que molda o tênis ao formato de seu pé. Ideal para todos os tipos de superfície.
Yonex SHT 306: usado por Nalbandian, Hewitt, Bellucci, entre outros, é um dos tênis mais leves do mercado, com amortecimento em cushion em todo o solado, que mesmo com o desgaste natural, mantém o tênis com amortecimento. Particularmente, não indico para tenistas muito pesados por uma questão de estabilidade (tenistas com porte físicos avantajados precisam de um tênis menos leve e mais robusto). Ideal para todos os tipos de superfície, disponível no modelo CLX (apenas para saibro). Existem modelos da Yonex para mulheres.
Adidas Feather IV: com ventilação 360 graus e extremamente leve, este calçado é ideal para quadras de saibro. Seu solado é desenhado e projetado para este tipo de piso, mas pode até usar em quadra dura, mas a durabilidade fica comprometida.
Lacoste Repel: tênis mais baixo, amortecimento em todo o solado e boa estabilidade. Possui em seu solado pontos de giro (para saibro), mas é ideal para qualquer tipo de superfície e disponível no feminino.
Calçados para durabilidade: como foi dito anteriormente, quando se ganha em durabilidade, perde-se um pouco em conforto, porém isso não significa que estes calçados não tenham conforto, apesar de não serem os mais confortáveis.
K Swiss Stabilor: reúne as melhores tecnologias da marca, é bem estável, robusto e seu solado tem boa durabilidade, principalmente em quadras rápidas.
Babolat Propulse II: usado por Andy Roddick, tem solado com pneu Michelin, que garante boa durabilidade. Sua nova versão possui duas tiras com velcro, uma no calcanhar e uma no peito do pé, o que o deixa com uma grande estabilidade. Seu solado foi desenhado de maneira a ajudar na movimentação do tenista em quadra, daí seu nome. Ideal para quadras rápidas e disponível no modelo feminino.
Adidas Barricade: dispensa apresentações, é um dos mais renomados calçados do esporte. Seu solado garante excelente durabilidade, talvez um pouco mais pesado que muitos modelos existentes, mas tem seu conforto. O solado possui ponto de giro para o saibro, mas pode ser usado em qualquer superfície e está disponível no modelo feminino.
Calçados "Custo x benefício": esta linha de tênis muitas vezes reúne as melhores tecnologias de cada marca, muito embora também possa possuir boas tecnologias sem ser as melhores. De qualquer maneira, são excelentes calçados, com preços mais acessíveis. No geral, são ideais para todos os tipos de superfície e possuem boas tecnologias de amortecimento. Segue a lista:
Head Etreme, Prince T22, Yonex 107, Asics Gel Game, Wilson Trance all court, Babolat Team all court IV, Babolat Team Clay III(saibro), Adidas Tirand, etc.
Calçados Básicos: Esta linha é normalmente usada por tenistas que não procuram nada específico. Com um bom custo, oferecem durabilidade razoável, são no geral um pouco mais pesados e possuem pouco amortecimento. Este tipo de tênis é ideal para todos os tipos de superfície:
Nike Citycourt (unissex), Wilson Advantage, Babolat Drive (unissex), K Swis Reviere, Prince Smash, etc.
Existem outros modelos de tênis de grande qualidade e tecnologia, mas procurei comentar aqui os que conheço melhor, de preferência que já tenha usado pessoalmente em quadra (a grande maioria). Obviamente, as opiniões são muito pessoais e existem calçados, nesta lista ou não, que podem obter opiniões diferentes, de acordo com quem, onde e quando usará o calçado.
Grande abraço e até a próxima!

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

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Perda de tensão: quando devo trocar a corda de minha raquete?

Por Fabrizio Tivolli

Nas matérias sobre o mundo dos equipamentos, descobrimos a importância que um bom kit de raquete + corda influencia, e muito, em quadra. Todo tenista adora abrir sua raqueteira e empunhar uma boa raquete, com uma corda compatível com sua qualidade, principalmente quando bem encordoada! No entanto, muitos não se dão conta de que, a partir do momento que o  encordoador corta o nó final de seu serviço, a corda está com os dias contados.
Uma das perguntas praticamente unânimes que um tenista um dia já fez é a famosa: "Quando devo trocar as cordas de minha raquete?". Nesta matéria, desvendaremos alguns mitos e ajudaremos os jogadores a ter ciência do quão importante é ficar de olho na perda de tensão.
A arte do encordoamento é algo que exige muita precisão da máquina e do encordoador e a manutenção das cordas merece cuidados que se iniciam a partir da armazenagem (elas não podem ficar em condições de extremo calor ou umidade, por exemplo). Uma vez bem colocadas sob tensão, as cordas sofrem influências naturais como dia - noite, frio - calor, etc, o que as fazem expandir e retrair, ou seja, a corda vai ressecando (é muito importante escutar aquele barulho "crec-crec", que uma corda altamente ressecada faz) e perdendo tensão. O mais importante é que esse fenômeno acontece mesmo que se encordoe a raquete e o tenista sequer bata uma bola com ela!
Aí é que muitas vezes está o problema. Se você é o tipo de tenista que se preocupa em estar com "tudo em dia" ou, pelo menos, com o equipamento em condições discretas de uso, é importante se atentar a este fato. Mu itos tenistas pecam por achar que as cordas estão iguais (principalmente os mais iniciantes), pois estão acostumados do jeito que está, mas na verdade a corda já não estará mais firme, sua tecnologia já não será mais eficiente e o fato de estar ressecada, combinado com a perda de tensão, pode maximizar efeitos de vibração e piorar muito o controle de bola. Costumamos usar o termo de que a corda está "morta" ou seja, ela está ali, mas sua vida útil já se esgotou. O ideal é que o tenista troque a corda, pois só assim ele sentirá que a corda não está igual de quando estava mais nova e a diferença que pode fazer.
Mas quando trocar? Já vi uma regra de que se deve encordoar no ano a quantidade de vezes que você joga na semana, ou seja, se você joga 2 vezes na semana, sugere-se que se encordoe duas vezes ao ano, regra essa que pode ser válida, mas que particularmente discordo, por um simples motivo: sabemos que mesmo com uma boa conservação da raquete/corda, é inevitável que, em no máximo 3 meses, a corda já perca grande porcentagem da tensão inicial, o  suficiente para nos irritar com falta de controle.
Conheço inúmeros tenistas, dos mais variados níveis (exceto os muito iniciantes), que jogam duas vezes por semana, que apresentam um grau de exigência normal com relação ao equipamento, para quem realmente seria totalmente inviável ao jogo manter uma corda na raquete por algum tempo que chegue próximo a 5 meses. Por este motivo, minha sugestão é que se você for um tenista que se preocupa em ter a raquete com o controle necessário, com a tensão aceitável, procure trocar a corda em no máximo 3 meses. Um tenista com um grau de exigência maior, mas cujo estilo de batida não facilite a quebra de cordas, trocar entre 1 e 2 meses e se for um tenista mais iniciante, que não seja tão exigente, pode usar a regra da quantidade de vezes que joga na semana sendo igual às vezes no ano que se deve encordoar.
Apenas como curiosidade, a perda de tensão em um nível mais avançado é tão grande que os parâmetros mudam: para grandes arrebentadores de corda (os que arrebentam quase todo dia ou no máximo toda semana), uma ou duas libras podem fazer toda a diferença, pois pode significar um match-point indo a um palmo fora da linha ou um ace que não entrou por pouco. Por isso, esta faixa de tenistas (arrebentando ou não) troca a corda toda a semana. Os tenistas profissionais, por exemplo, treinam de manhã com raquetes de corda nova e à tarde, quando jogam uma partida oficial de torneio, mandam encordoar as raquetes novamente.
Cuidados para manter a tensão: o clima está intimamente ligado com a vida útil da corda; por este motivo, manter as raquetes em sacos plásticos (como os profissionais) e armazenagem em compartimentos térmicos de raqueteiras, minimizam a ação do clima na perda de tensão. Com a chegada do verão, muito cuidado: o calor excessivo é o inimigo número 1 das cordas, pois acelera muito a diminuição de vida útil da corda.
Grande abraço e até a próxima!

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

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Novidades na linha de raquetes de tênis chegam ao mercado brasileiro

Por Fabrizio Tivolli
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Este ano de 2010 começou agitado no que diz respeito às raquetes de tênis. Estimuladas por uma temporada que promete muito, as marcas têm apostado em aprimorar as tecnologias já existentes e incluir na liga de materiais, componentes inovadores que resultam em diferentes sensações como maior sensibilidade e menor vibração durante os golpes.
A Wilson começou o ano com sua nova linha de raquetes BLX. Esta nomenclatura se dá ao fato de ter sido incluído o material Basalto na forma de um "tecido" entre a liga, o que não aumenta o peso da raquete, gera menor vibração e aumenta consideravelmente a sensibilidade do golpe, aliado a mais nove tecnologias ao longo de toda a raquete, somando 10 tecnologias (daí vem o "X" 10 em algarismos romanos).
A nova linha de raquetes já vem sendo usada por vários tenistas profissionais e os modelos já disponíveis no Brasil são semelhantes aos antecessores, como a linha 6.1, que é composta de três modelos: Tour (cabeça 90, uma das mais pesadas do mercado atual, proporciona o máximo de controle e é a raquete de Roger Federer); 6.1 95, usada por Thomaz Bellucci; e 6.1 Team, modelo consagrado com cosmética quase idêntica à dos profissionais, com grande firmeza, mas com peso abaixo de 300 gramas. Complementando a linha, foram lançadas a BLX Pro Open, que tem cosmética igual ao modelo usado por Del Potro, mas com uma configuração que a deixa extremamente versátil: 299 gramas sem corda, distribuição de peso equilibrada e excelente custo x benefício, por se tratar de um lançamento; e a BLX Tour, usada por Justine Henin, raquete confortável e firme, com peso de aproximadamente 290 gramas.
Enquanto a Babolat não traz ao Brasil a Aero Pro Drive GT, usada por Nadal, para concluir o ciclo de trocas da nova linha que está previsto para abril deste ano, foi lançada a nova geração da raquete de Fernando Gonzalez, a Pure Storm GT, que também visa o aprimoramento de materiais. Como toda GT (grafite/tungstênio), a raquete tem fibra enriquecida proporcionando maior firmeza e sensibilidade. O modelo em questão é ideal para tenistas que preferem uma raquete com peso mediano (295 gramas sem corda), com perfil de aro mais fino para auxiliar nos efeitos.

A Prince, famosa por trabalhar com tecnologias mais ousadas e a cada nova linha aprimorar as ferramentas já existentes em suas raquetes, deu mais um passo para a evolução da consagrada linha EXO³. Trata-se de pontos ao redor do aro, onde o atrito com o ar é quase nulo, e grommets independentes do aro para que a corda atue como uma "cama elástica" em contato com a bola, aumentando muito a potência e área de batida. Os dois novos modelos já disponíveis são a Ignite (usada pelos irmãos Bryan) e White. As duas raquetes são ideais para praticamente todas as faixas de tenistas, pelo seu equilíbrio.

Head Youtek RadicalPor fim, a Head também iniciou o ano reformulando praticamente toda sua linha de raquetes tops, trocando modelos conhecidos como as Prestige (Simon, Cilic, Wawrinka, etc.), Extreme (Gasquet, Ljubicic, Kuznetsova, etc). e Instinct (Karlovic) para a tecnologia Youtek, que já está presente na linha Speed (Djokovic) e Radical (Murray). A tecnologia consiste de um gel denominado D30, que literalmente enrijece ao longo do jogo, de acordo com o grau de batida, ou seja, quando se bate mais forte, o gel enrijece mais, diminuindo o efeito de envergadura do aro, aumentando a agilidade da resposta ao golpe.

Praticamente todos os modelos citados estão disponíveis para testes nas lojas especializadas. Certamente, tenistas que já usavam esses modelos, ao testarem as novas raquetes ,sentirão em quadra muito de toda essa tecnologia atuando diretamente em seu jogo. Portanto, não percam tempo!

Grande abraço e até a próxima!

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

Entenda a diferença que o antivibrador pode fazer

Por Fabrizio Tivolli
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Eles são um dos menores equipamentos da prática do tênis (se não me falha a memória, só perdem dos "bate forte" ou string savers), mas nem por isso são deixados em segundo plano. Pessoalmente, já testemunhei inúmeras discussões sobre sua eficácia e o assunto tem sempre um toque de polêmica. Estou falando dos antivibradores, que são peças de silicone ou borracha que ficam acoplados na parte inferior do encordoamento da raquete. Suas funções conheceremos a seguir.
Antes de opinar sobre sua eficiência e quanta diferença pode fazer, precisamos conhecer o equipamento tecnicamente. Os antivibradores fazem parte de todos os catálogos das grandes empresas de artigos para tênis, podem ser produzidos de formas menores (normalmente os mais fáceis de escapar) ou em formato comprido, que além de estar em contato com mais cordas, são mais difíceis de escapar. Se isso vier a acontecer, será também mais fácil de achá-lo!
Normalmente, os antivibradores menores são de materiais mais simples, como borracha (são aqueles famosos logos dos fabricantes). Já os mais compridos geralmente são de silicone, material que se mostra muito mais eficiente em termos de eliminar as vibrações, lembrando que cada marca apresenta uma particularidade em seus modelos, sejam elas diferenças na hora de prendê-lo ou materiais extras que maximizam o efeito de eliminar a vibração (existem modelos que vêm com micro-esferas de quartzo em seu interior).
Onde usá-lo? - Qualquer golpe no tênis tende a gerar uma vibração, vibração essa que, eventualmente, pode até chegar ao cotovelo/ombro do jogador, e pode ser minimizada com o encordoamento, antivibrador, tecnologias das raquetes e musculatura do braço, além do próprio movimento do tenista. Esses "filtros" normalmente reduzem a porcentagem de vibração a um nível que o nosso físico pode tolerar. E a vibração sempre desce, por isso, quanto mais baixo o antivibrador é colocado, melhor, ao contrário do que muitos tenistas fazem, colocando-o em cordas mais superiores. Obs: Em torneios oficiais não é permitido o uso do antivibrador acima da primeira corda.
Quais diferenças eles trazem? - Ao usar um antivibrador, a primeira diferença que um tenista irá sentir é o som da batida, que fica mais "seco". Este é um dos principais pontos, pois eu, por exemplo, gosto de ouvir o som da batida, outros detestam. Mas isso é muito particular de cada jogador. No mais, no golpe propriamente dito, eles deixam também a batida mais seca e a consequência disso também varia de tenista para tenista, pois isso afeta o psicológico e cada um recebe de uma maneira. Falando da vibração, em si, o acessório ajuda, sim, a eliminar parte da vibração da corda, mas prestem atenção: a vibração que pode chegar ao braço do tenista de maneira nociva é a causada pela raquete, ou seja, uma excelente corda e um ótimo antivibrador em uma raquete que vibra muito (normalmente as de alumínio/fusionadas, mas algumas raquetes tops de linha (principalmente as de maior controle, que têm uma área de batida muito restrita) não mudam este quadro.
Devo usá-lo? - Particularmente, sou da opinião que os antivibradores fazem, sim, diferença, pois parto do princípio que, além dos tenistas amadores, alguns profissionais usam e outros não. Posso exemplificar: Djokovic, Nadal, Sampras e Agassi são alguns dos que usam. Por isso, acho vital que cada tenista faça ao menos alguns testes para saber na prática as diferenças que irão sentir e, a partir daí, chegar à conclusão de se deve ou não usar em suas raquetes. Conheço casos de tenistas que usam antivibrador em um determinado modelo, mas em outro, não, tamanha a peculiaridade que cada jogador, mais o seu equipamento, têm.
Conforme comentei acima, os antivibradores não "salvam" uma raquete que vibra muito, mas se você é aquele tenista que vive sofrendo com dores, principalmente de tennis elbow, ter uma raquete que não vibre, uma corda que proporcione conforto aliada com uma tensão adequada e um bom antivibrador, garanto que mal não fará, pelo contrário. O máximo que pode acontecer é somar maior conforto.
Quem quiser saber mais sobre equipamentos e novidades do tênis siga-me no Twitter: www.twitter.com/FabrizioTivolli.
Grande abraço e até a próxima!

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

A importância de ficar atento ao cabo da raquete

Por Fabrizio Tivolli
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Amigos, hoje conheceremos outra importantíssima área dos equipamentos de tênis, justamente o que une nosso corpo ao principal item do arsenal do tenista. Trata-se do cabo da raquete. Assim como quase todos os produtos do esporte, o cabo possui várias características distintas que resultam em diferentes sensações durante as batidas, mas ironicamente é também algo que divide as opiniões dos tenistas amadores: enquanto alguns se importam muito, outros literalmente "não querem nem saber"!
Para entender as diferenças, precisamos primeiramente ir além do cushion e/ou do overgrip, sobre o que falaremos mais adiante. Precisamos saber a espessura e o formato do cabo... Sim! Para aqueles que não sabem, mesmo que no geral o formato dos cabos sejam semelhantes, de marca para marca, sempre apresentarão alguma diferença milimétrica (ou não) no padrão de empunhadura. Não só do cabo, como um todo, mas também do "copinho", que finaliza o cabo, pois esse item também muda de acordo com o fabricante. É justamente isso que faz muitas vezes, mesmo que inconscientemente, que um tenista só consiga jogar com a marca "X". Não que uma marca seja pior ou melhor do que outra nesse quesito, são apenas diferentes.

É de suma importância, também, o tenista ficar atento à espessura do cabo, pois faz muita diferença (*apesar de ser algo particular*). Em geral, não é recomendado usar um cabo muito mais fino ou muito mais grosso comparado ao tamanho de sua mão, pois o uso contínuo de um cabo incompatível, além de poder causar grandes desconfortos e até lesões em partes do corpo, como o pulso e cotovelo, atrapalham no momento em que se faz totalmente necessário o máximo de sensibilidade com o cabo. Quem nunca errou por pouco aquele voleio em que a raquete girou na mão mais do que deveria ou passou do ponto quando precisou passar rapidamente de um drive para um revés?
Dica: Sempre procure profissionais especializados na hora de trocar de raquete, pois seguramente eles irão auxiliar a escolher o tamanho de cabo apropriado para sua mão, lembrando que no Brasil a grande maioria dos modelos de raquetes é dividido em 3 tamanhos de cabo: L2 (41/4), o mais fino; L3 (43/8), o médio; e L4 (41/2), o mais grosso.
OBS: Apesar de não ser teoricamente correto o uso de cabos muito mais finos ou grossos, tenistas profissionais como Nadal e Guga usam empunhaduras extremamente finas, priorizando o máximo da sensibilidade.
Agora, vamos nos familiarizar melhor com os diferentes tipos de materiais que podemos usar no cabo da raquete. São os famosos cushion e over grips:
Cushion grips: São teoricamente o material obrigatório, que já vem colocado em toda raquete nova. Pode ser produzido visando inúmeras prioridades como maior ou menor aderência, esferas de absorção de suor, desenhos diferenciados para ajudar em maior "tração" ou também o cushion tradicional, todo liso. Em geral, esses são de materiais sintéticos, que dominam o mercado, mas ainda existem os cushion grips em couro. Todas as marcas têm famílias de cushion grips para diferentes necessidades, basta saber qual a sua prioridade na hora de procurar na loja o cushion adequado.
Over grips: São os "opcionais", são grips em geral extremamente finos, que podem ser colocados acima do chushion grip (apesar de alguns tenistas, inclusive profissionais, abdicarem do cushion e usarem apenas um ou dois over grips para aumentar a sensibilidade com o cabo. No entanto, consequentemente, perde-se o conforto e maciez. Os overs grips são muito procurados por tenistas que transpiram muito nas mãos, pois existem over grips extremamente absorventes, ou por tenistas que querem apenas proteger o cushion. Vale lembrar que, teoricamente, um over grip não deve dar diferença de espessura no cabo, por isso, devem ser colocados corretamente.
Obs: Tourna grip é uma variação de over grip.
Dicas: Inúmeros tenistas, principalmente aqueles que não dão a devida atenção ao cabo da raquete, sentem diferença em um par ou trio de raquetes supostamente iguais. Muitas vezes a "surpresa" está no cabo, pois ao longo desses anos já vi de tudo: diferença de peso e/ou equilíbrio e/ou espessura do cabo na raquete por conta de ter um cushion extremamente gasto em uma raquete ou novo em outra, existirem 2 over grips por cima de um chushion e apenas um over grip em outra, e por aí vai. Lembrem-se que é muito importante de tempos em tempos trocar o grip das raquetes. Vários tenistas pecam ultrapassando muito o tempo em que um bom grip ainda está somando, seja em absorção de suor, aderência, segurança, etc... (mesmo que você não tenha um par ou trio). E fiquem atentos para que sejam colocados corretamente a fim de evitar surpresas e maximizar o efeito positivo que um bom grip pode trazer ao seu jogo.
Grande abraço e até a próxima quando traremos um guia de cushion e over grips!
Siga-me no twitter: www.twitter.com/FabrizioTivolli.

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

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Tudo sobre os cushion grips

Por Fabrizio Tivolli
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No artigo anterior, conhecemos as características e diferenças entre os tipos e cushion grips, além de entender a importância de sempre observar se o equipamento usado no cabo ainda está agindo com eficiência. Por isso, conforme prometido, segue um guia que irá ajudá-lo a escolher melhor o tipo de material a ser usado e seus diferentes atributos. Hoje, falaremos apenas sobre os cushions e em um segundo momento falaremos sobre os overs.
Começando pelos cushion grips, que são teóricamente os obrigatórios, observamos que podem ser separados em quatro "famílias" que são os cushion lisos, os de aderência ou tracionados, os especiais e os de couro, lembrando que cada um oferece uma sensação diferente. Isso é muito particular e varia muito de acordo com o jogador que, por sua vez, irá testar os diferentes modelos a fim de decidir qual deles agradam mais em sua concepção. Os exemplos a seguir irão seguidos de uma breve descrição que facilitará ao leitor entender melhor como realmente é o grip.
Cushion liso: São os tradicionais, ou seja, neles não existem ranhuras ou formatos diferentes. Em geral, são os que mais respeitam o formato natural do cabo (que varia de marca para marca). É importante frisar que a espessura, não apenas no caso dos cushions lisos, bem como todos os outros, pode variar milimetricamente de fabricante para fabricante e até mesmo o mesmo fabricante em modelos distintos. Exemplos:
  • Pince Maxtac: Tem excelente custo e é um grip básico, peca um pouco na aderência e sua durabilidade é boa.
  • Babolat Syntec: É o cushion tradicional da Babolat que acompanha inúmeras raquetes de fábrica, tem uma excelente aderência e durabiliade razoável, pois seu foco é manter o grip um tempo razoável "grudando bem na mão" e não tanta preocupação com seu desgaste natural.
  • Babolat Air Sphere: Além de ter tudo que o Syntec tem, esse grip tem materiais combinados com o próprio ar que o deixam com grande conforto em virtude da maciez.
  • Karakal Super grip PU: O famoso grip liso da Karakal, como todos nesta matéria, pode ser usado em raquetes de tênis ou squash, é um dos mais finos e aderentes do mercado, sua durabilidade é regular.
Cushion grips de aderência ou tracionados: Pertencem à maior das "famílias" pois eles serão subdivididos em dois grupos que são os de absorção de suor e os tracionados. Em geral, todos os cushions pertencentes a esta família têm aderência extra, seja pelo material de que é feito, pelas ranhuras ou pelo seu desenho, pois vários vêm com esferas feitas exatamente para absorver o suor, o que não significa que os cushions que não estão no grupo de absorção não drenem o suor, pois eles também absorvem, no entanto, muito menos do que um grip feito exclusivamente para isso. Os cushions tracionados têm em geral desenho com ranhuras diferenciadas que maximizam a segurança do cabo da raquete na mão do tenista. Assim como os cushions lisos, os grips desta família também são feitos com materiais sintéticos.
Exemplos de cushion grips para absorção de suor:
  • Wilson Sponge: Como o nome já diz, ele age como uma esponja, pois é cheio de esferas de absorção de suor. Quando novo, também tem um material altamente aderente. Para quem transpira muito, não é bom manter muito tempo o grip, pois em um determinado momento ele começa a não absorver mais e a raquete pode "girar" na mão.
  • Wilson Kcontrol grip: É um pouco menos absorvente que o Sponge por ter menos esferas, contudo, oferece maior durabilidade.
  • Head Hydrosorb ou Hydrosorb Tour: Grip extremamente aderente, macio e com grande absorção; tem boa durabilidade.
Exemplos de cushion grips tracionados:
  • Head Softac Traction: Tem várias ranhuras que ajudam muito no agarre e também possui pequenas esferas de absorção de suor, tem um bom custo x benefício.
  • Babolat Perfect grip: Absorve muito pouco por não ter esferas, mas é o que mais tem ranhuras.
  • Prince Duratred: Muito semelhante ao Perfect grip da Babolat.
Chamo de "especiais" os cushions que reúnem várias características à parte que os tornam diferenciados perante o mercado, como conheceremos a seguir:
  • Gamma Hi- tech gel: É um grip de excelente qualidade, que além de ter costuras que ajudam no agarre e na durabilidade, oferece as esferas de absorção de suor e um filete de gel em seu interior que o torna um dos grips mais confortáveis do mercado.
  • Head Contour cushion Pro: Possui as esferas, ranhuras, costura e um filete que causa uma espécie de "lombada" pela empunhadura, que oferece uma sensação de maior firmeza e encaixe a mão.
  • Wilson Cushion Pro: Não é um grip aderente tampouco absorve o suor, mas possui uma saliência ainda maior do que o Contour, o que faz com que a mão se encaixe mais ainda. Muitos tenistas adoram e muitos não conseguem jogar com ele.
Cushions de couro: Assim como as cordas em tripa natural, é outro item que o tempo e a tecnologia não conseguiram tirar do antigo arsenal do tenista. Mesmo que em pouca quantidade, ele ainda permanece no mercado. Não preciso falar que é o que mais dura entre todos, no entanto, não absorve suor e sua aderência é muito peculiar e também varia muito para cada jogador. Normalmente, os que gostam do cushion de couro não conseguem jogar com outro grip.
Exemplo: Head Leather tour.
Grande abraço e na próxima coluna traremos o guia de over grips, espero que gostem. E não se esqueçam: sempre que quisere, mandem as dúvidas no meu e-mail!
Siga-me no twitter: www.twitter.com/FabrizioTivolli.

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dicas de como jogar com o vento. Jogar nessa situação é uma arte

 


Dificuldade de jogar no vento
Vocês devem ter percebido que nos últimos dias o vento impera nas quadras do Us Open. Jogar com ventos assim é uma arte. Poucos tenistas conseguem se dar bem. Chegaria a comparar jogar com vento com o dirigir na chuva em uma corrida. Todo mundo consegue, mas poucos têm a manha e coragem de ir pra bola, pisar fundo. Aí que vemos um grande jogador.
Normalmente no tênis quando temos uma situação assim o jogo conservador é o escolhido pela grande maioria dos tenistas. Como é um esporte de precisão errar por um centímetro ou colocar a bola na linha faz muita diferença. E o fator vento pode fazer você errar esse centímetro.
Nos jogos do Us Open podemos perceber que o vento está de um fundo da quadra pro outro (pode acontecer de ter uma ventania de lado e isso é mortal). Quando assistimos aos jogos o jogador que está na parte de baixo está com o vento a favor. Percebam que eles erram mais e muitas vezes têm que correr atrás da bola. O jogador na parte de cima aproveita o vento contra e mete a mão desvairadamente na bola. Já que o vento vai segurar, vou exagerar na força.
Táticas são feitas para esses dias. Algumas coisas ajudam bastante. Ser agressivo quando se está do lado contra o vento é uma boa saída. Atacar primeiro. Como o jogador que está com o vento a favor perde um pouco do contato da bola, ele odeia ter que defender. É mais fácil atacar e botar o cara pra correr. Por outro lado o cara que joga com o vento do seu lado tem que jogar com um pouco mais de spin e tentar não jogar tão perto das linhas.
Outra dica boa para quem joga contra o vento é variar muito as bolas que manda. Ninguém gosta de bater um spin e depois um slice e ter que cuidar para não errar.
O saque é uma novela. Tirando o Federer que consegue no vendaval sacar 18 aces, a grande maioria se complica demais. Percebam que a galera ataca muito o segundo saque do adversário quando venta assim. Como quem tem bumbum tem medo, sacar segundo saque sabendo que teu adversário vai atacar é muito difícil.
No geral vemos que mesmo os profissionais jogam com mais cuidado. Jogadores como o Soderling que querem passar por cima das rajadas acabam se complicando mais. Um monstro nessas situações é o Nadal. Ele mete o spin dele no meio da quadra e corre. Não deixa o adversário ganhar ponto de graça. Isso na ventania enlouquece qualquer um.
Bom, se você tem um jogo estes dias com vento espero ter ajudado.
# coisas que eu fazia no vento
Aumentava a porcentagem de primeiro saque dentro
Atacava bastante o segundo saque do adversário quando ele sacava contra o vento
Quando tinha o vento a favor tentava mexer bastante a bola para que o adversário a deixasse curta
Jogava com mais regularidade e não dava ponto de graça
Por último aceitava meus erros. Em dia de vento forte erramos muito mais que o normal e temos que ganhar jogando feio
Bons jogos
Escrito por Fernando Meligeni às 18h29

Rafael Nadal US Open 360 shot

O agressivo Nadal e o guerreiro Djokovic lutam contra tabu


10/09/2010 às 00h21 - por José Nilton Dalcim

O 'Super-Saturday' é uma das criações do marketing americano que historicamente tem sido contestada pelos aspirantes ao título do US Open. Depois de um dia de descanso na sexta-feira, os homens fazem a semifinal em melhor de cinco sets e obrigatoriamente têm de estar prontos para decidir o troféu às 17 horas do domingo. É o único Grand Slam que exige que a chave masculina jogue dois dias seguidos, o que soa como aberração se algum deles fizer um jogo duro na semifinal, o que é bem óbvio.

Mas assim tem sido ao longo de toda a Era Profissional e o sábado desta vez será especialmente desafiador para Rafael Nadal e Novak Djokovic, que estarão diante de tabus particulares no piso sintético de Flushing Meadows. O espanhol jamais passou da semi, eliminado por Andy Murray em 2008 e por Juan Martin del Potro no ano passado; o sérvio, pior ainda, perdeu o título de 2007 e a semi das temporadas seguintes justamente para o mesmo adversário, Roger Federer.

Com um estilo decidamente agressivo neste Open, o que se prova com a incrível marca de 76 games de serviço executados e apenas um perdido, Nadal é obviamente favorito diante do russo Mikhail Youzhny. Dos 14 break-points que encarou, salvou 13. Aliás, ele concorre seriamente para quebrar um recorde que pertence a Andy Roddick, até hoje o campeão em Nova York que perdeu menor número de games de serviço, com cinco, em 2003.

Djokovic, ao contrário, tem um recorde negativo contra Federer, tendo perdido 10 dos 15 duelos. Mas o sérvio venceu quatro vezes na quadra dura, o que é muito significativo diante do espetacular tênis do suíço. Observe-se que Nole ganhou três dos cinco duelos contra o arqui-rival no ano passado e vendeu caríssimo a semi de Toronto há quatro semanas, numa das melhores partidas da temporada.

Youzhny pode surpreender Nadal? Sim, mas precisará de um excelente aproveitamento de primeiro saque e de um esforço ofensivo constante. Vale lembrar que o russo bate o backhand com uma só mão e que isso certamente será muito explorado pelo jogo taticamente sempre correto do espanhol. Djokovic pode barrar Federer? Claro, no entanto terá de ser muito firme na devolução de saque e procurar se impor desde o primeiro set.

Alguém com pouco dinheiro a apostar arriscaria suas fichas que Nadal e Federer irão decidir o US Open em mais uma final potencialmente histórica. Sou um deles.

Feminino - E qual é a melhor aposta para a final feminina? Serão dois jogos bem opostos. No primeiro, Caroline Wozniacki e Vera Zvonareva, sem a potência para winners, deverão fazer infindáveis trocas de bola num teste de regularidade, físico e de nervos. Justamente por isso, a dinamarquesa leva vantagem, embora não seja tão grande assim.

Kim Clijsters e Venus Williams, ao contrário, tendem a fazer um duelo de força, correndo maiores riscos a partir já do primeiro saque. A belga teve seus altos e baixos no torneio, mas é mentalmente muito forte e deve chegar a sua terceira final seguida, ainda mais se o jogo for para o terceiro set.

O TENIS É UM ESPORTE PARA TODOS

Pessoas de qualquer idade, sexo ou grau de deficiência física podem jogar tênis. Não importa o níveo de jogo que tenha, a partir do momento em que saibam sacar, trocar bolas e pontuar, poderão ter a classificação do seu nível de jogo, facilitando, assim, a encontrar parceiro do mesmo nível para jogar.

O tênis é bom para a saúde e para a condição física. A ITF realizou estudos que demonstraram que quando jogadores amadores de nível similar jogam tênis durante uma hora, correm em media 2,5km e mantém um ritmo cardíaco médio entre 140 e 170 batimentos por minuto. Não é de se surpreender que tênis seja o melhor esporte para ajudar as pessoas de todas as idades a se manterem sadias e em plena forma.

Os estudos demonstraram que jogar tênis regularmente.

1 Melhora a saúde e o bem estar geral

2 Melhora a condição física aeróbica, a flexibilidade e a agilidade

3Reduz o risco de doenças como osteoporose, doenças cardíacas e diabetes

4 Melhora a capacidade de tomar decisões e de resolver situações difíceis.