* Atualizado às 18h02
Depois de uma madrugada em claro, meu estado de espírito é extremamente semelhante ao que senti, um ano atrás, no Gigantinho de Porto Alegre. Frustração. Uma enorme frustração, com aquela pergunta que muitos devem estar se fazendo: como o Brasil conseguiu perder mais uma vez a repescagem da Copa Davis?
Claro que a derrota para o Equador em casa, no saibro e com o público a favor, foi pior. Mas desta vez tínhamos Thomaz Bellucci como top 30 do ranking, Ricardo Mello muito mais experiente que os adversários indianos, nenhum clima hostil em Chennai e a espetacular vantagem de 2 a 0, construída na sexta-feira.
Mas perdemos, de virada. Com dois claros culpados: o forte calor indiano e a superação do time adversário. Bellucci sucumbiu fisicamente neste domingo, mas isso foi resultado direto da batalha que viveu na sexta-feira diante do mesmo Rohan Bopanna, o duplista que se sacrificou nas simples e virou herói. Teve uma atuação corajosa e segura contra Ricardo Mello no jogo decisivo, nem de longe parecendo estar virtualmente aposentado na carreira de simples, onde ocupa um posto mais de 400 lugares atrás do brasileiro.
Assim, ao invés de sonhar com duelos espetaculares em 2011 contra Espanha, Croácia, República Tcheca, Rússia ou Sérvia - todos com chance de acontecer aqui em casa -, amargaremos mais uma temporada no zonal americano, brigando contra canadenses ou mexicanos. Se os EUA vencerem a Colômbia, teremos que jogar apenas uma rodada para disputar outra repescagem daqui a 12 meses, a sexta consecutiva. Quem sabe, a persistência valha a pena.
Grande final - Num incrível sufoco, a Sérvia conseguiu realizar mais um sonho e colocou seu time numa inédita (e merecida) final de Copa Davis. O número 2 Novak Djokovic fez um grande sacrifício e quase se complicou na primeira partida de domingo, mas o herói foi mesmo Janko Tipsarevic, que já havia jogado muito bem no US Open.
Agora, os sérvios sediarão a final contra a França. Em que piso? Boa pergunta. Acho que o saibro tende mais para o lado dos sérvios, mas um sintético mais lento também seria boa pedida. O time francês, que esmagou a desfalcada Argentina, é bem versátil e tem mil variações possíveis, com Monfils, Tsonga, Gasquet, Llodra, Benneteau, Simon...
Para a Argentina, ficou o gosto amargo da derrota, em outra eliminatória fora de casa e ainda sem Juan Martin del Potro. Mas o time sul-americano tem tudo para brilhar novamente em 2011.
Por falar no próximo ano, o sorteio do Grupo Mundial sai nesta semana. França, Sérvia, Argentina, República Tcheca, Espanha, EUA, Rússia e Croácia devem ser os cabeças e assim serão sorteados para pegar Chile, Índia, Cazaquistão, Romênia e os perigosos Alemanha, Suécia e Áustria. Só falta definir Austrália ou Bélgica, que termina só na segunda-feira devido à chuva.
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