sábado, 18 de setembro de 2010

A evolução do equipamento dos top 10 nos últimos 10 anos

Por Fabrizio Tivolli
arquivo

Em sua vinda para jogar a etapa brasileira do Grand Champions, a lenda Pete Sampras disse em entrevista que para tentar ganhar o torneio de Roland Garros, teria tentado ser menos "cabeça dura" com relação ao seu equipamento, teria procurado alguma tecnologia alternativa, uma raquete maior ou uma mudança nas cordas e tensão (usava exageradamente esticada).
Ao ler essa entrevista, tive mais convicção da importância que os tenistas profissionais dão ao equipamento, tamanha a diferença que podem fazer. Por isso, fiz um comparativo dos equipamentos que os "top 10" usavam 10 anos atrás, para que cada um de nós reflita como algumas mudanças que ocorreram nessa faixa de tempo podem auxiliar em nosso próprio jogo.
Ranking de entradas de 24/10/1998:
1-Pete Sampras: raquete Wilson Pro Staff 6.0
2-Marcelo Rios: raquete Yonex Rd 10
3-Patrick Rafter: raquete Prince Warrior TT
4-Carlos Moyá: raquete Babolat Pure drive
5-Petr Korda: raquete Volkl C-10
6-Andre Agassi: raquete Head Radical over size
7-Alex Corretja: raquete Babolat Pure drive
8-Karol Kucera: raquete Yonex Rd ti 50 long
9-Tim Henman: raquete Slazenger Pro
10-Yevgeny Kafelnikov: raquete Fischer Pro number one
Considerações:
Ao analisarmos o equipamento que esses tenistas usavam nessa época, reparamos que 20% usavam a raquete Babolat Pure Drive, que a partir daquele ano veio a se tornar tendência mundial de raquete mais versátil, ou seja, que auxilia na potência e controle. Vale lembrar que o padrão que vinha desde as raquetes de madeira era de raquetes de cabeça muito pequena e pesadas. Em 1998, por exemplo, já notamos a preocupação de alguns tenistas top com raquetes de maior potência, com cabeças medindo 100 sq.in., no caso de Moyá, Corretja, etc, chegando até a 107 sq.in. no caso da raquete de Agassi, além de não serem tão pesadas. Coincidência ou não, em alusão à entrevista de Sampras citada acima, Moyá ganhou Roland Garros nesse ano, justamente usando raquetes desse perfil, que facilitam o jogo defensivo e de longas trocas de bola, como no saibro.
Quanto à questão das cordas usadas nesse período, as cordas em co-polímero (os famosos “arames”), que hoje praticamente dominam o circuito, começavam a aparecer, inclusive com Guga sendo um dos utilizavam essa corda no circuito, em 1997. No entanto, uma boa faixa de profissionais ainda usava cordas em tripa natural ou sintéticas (Sampras usava tripa natural). No campo das tensões, ainda era comum grande parte dos tenistas profissionais usar cordas altamente esticadas.
Ranking de entradas de 20/10/2008:
1-Rafael Nadal: raquete Babolat Aero pro drive cortex
2-Roger Federer: raquete Wilson K factor Six one tour
3-Novak Djokovic: raquete Wilson K factor Blade tour
4-Andy Murray: raquete Head microgel Radical pro
5-David Ferrer: raquete Prince Vendetta
6-Nikolay Davydenko: raquete Prince O3 ozone tour
7-Andy Roddick: raquete Babolat Pure drive Roddick
8-David Nalbandian: raquete Yonex Rds 001
9-Juan Martin Del Potro: raquete Wilson K factor Six one 95
10-Gilles Simon: raquete Head microgel Prestige
Considerações:
Um fato curioso é que neste ranking temos 10 modelos diferentes de raquetes, divididos em cinco marcas, com hegemonia é da Wilson. Nota-se que os profissionais dessa faixa voltaram a usar raquetes mais pesadas, com muita furação x aro, o que garante maior controle, porém exige maior vigor físico. Contudo, tenistas que têm um rendimento melhor nas longas trocas de bola e no saibro, como Nadal e Ferrer, usam as raquetes mais "confortáveis", raquetes com uma área de batida maior, quando comparada com a de todos os outros, levando certa vantagem em superfícies mais lentas (Nadal que o diga!).
A notícia "boa" é que a maioria dos tenistas profissionais tem diminuído a tensão das cordas em relação ao que se usava 10 anos atrás, seja para previnir lesões ou para ganhar maior potência no jogo. Nadal, por exemplo, usa a base de 56 libras (Brasil Open 2005). Outro fator importante é a volta das cordas mais confortáveis: os tenistas estão procurando cordas híbridas (diferentes tipos de corda nas verticais e horizontais da raquete, variando cordas confortáveis x cordas de controle) o que lhes garante mais toque, menor vibração e maior equilíbrio em sua raquete. Entre os 10, tenistas como Federer, Djokovic e Roddick já aderiram às cordas híbridas.

Em conversa com o presidente mundial da Pacific (marca alemã de cordas oficial da ATP), Marcus Schwarz, foi revelado que parece ser uma tendência mundial, principalmente entre os profissionais, a busca de cordas mais confortáveis, o que deverá ser seguido pelos amadores, tendo em vista o número de lesões causadas por cordas x tensões (muitas vezes em juvenis).
Acho de extrema importância levar em consideração o material usado pelos tenistas profissionais, principalmente dentro de um grupo tão seleto como os 10 melhores. Analisar as mudanças de 10 anos para cá certamente nos mostra diferenças importantes a serem levadas em consideração no nosso próprio jogo. Na época em que Sampras era número 1 do mundo, sua raquete não estava nem entre as 10 mais vendidas nos Estados Unidos. Quando Guga foi campeão da Masters Cup, em 2000, grande número de tenistas comprou um modelo igual ao de Guga, sem ter o tipo de movimento que a raquete exigia. O número de tenistas lesionados meses depois era notório. Por isso, é bom comparar e "peneirar" em que, realmente, a comparação entre o equipamento dos profissionais nos ajuda ou atrapalha.
Obrigado, um grande abraço e até a próxima.

Fabrizio Tivolli é o encordoador oficial do Brasil Open, atuando também em torneios estaduais e brasileiros. Formado em encordoamento e análise técnica de raquetes por Lucién Nogues na convenção Babolat. É técnico e consultor de equipamentos tenísticos, encordoador e proprietário da Tivolli Sports, de Alphaville. Escrevendo sobre equipamentos também para a Federação Paulista.

fabrizio@tivollisports.com.br

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