10/09/2010 às 00h21 - por José Nilton Dalcim
O 'Super-Saturday' é uma das criações do marketing americano que historicamente tem sido contestada pelos aspirantes ao título do US Open. Depois de um dia de descanso na sexta-feira, os homens fazem a semifinal em melhor de cinco sets e obrigatoriamente têm de estar prontos para decidir o troféu às 17 horas do domingo. É o único Grand Slam que exige que a chave masculina jogue dois dias seguidos, o que soa como aberração se algum deles fizer um jogo duro na semifinal, o que é bem óbvio.
Mas assim tem sido ao longo de toda a Era Profissional e o sábado desta vez será especialmente desafiador para Rafael Nadal e Novak Djokovic, que estarão diante de tabus particulares no piso sintético de Flushing Meadows. O espanhol jamais passou da semi, eliminado por Andy Murray em 2008 e por Juan Martin del Potro no ano passado; o sérvio, pior ainda, perdeu o título de 2007 e a semi das temporadas seguintes justamente para o mesmo adversário, Roger Federer.
Com um estilo decidamente agressivo neste Open, o que se prova com a incrível marca de 76 games de serviço executados e apenas um perdido, Nadal é obviamente favorito diante do russo Mikhail Youzhny. Dos 14 break-points que encarou, salvou 13. Aliás, ele concorre seriamente para quebrar um recorde que pertence a Andy Roddick, até hoje o campeão em Nova York que perdeu menor número de games de serviço, com cinco, em 2003.
Djokovic, ao contrário, tem um recorde negativo contra Federer, tendo perdido 10 dos 15 duelos. Mas o sérvio venceu quatro vezes na quadra dura, o que é muito significativo diante do espetacular tênis do suíço. Observe-se que Nole ganhou três dos cinco duelos contra o arqui-rival no ano passado e vendeu caríssimo a semi de Toronto há quatro semanas, numa das melhores partidas da temporada.
Youzhny pode surpreender Nadal? Sim, mas precisará de um excelente aproveitamento de primeiro saque e de um esforço ofensivo constante. Vale lembrar que o russo bate o backhand com uma só mão e que isso certamente será muito explorado pelo jogo taticamente sempre correto do espanhol. Djokovic pode barrar Federer? Claro, no entanto terá de ser muito firme na devolução de saque e procurar se impor desde o primeiro set.
Alguém com pouco dinheiro a apostar arriscaria suas fichas que Nadal e Federer irão decidir o US Open em mais uma final potencialmente histórica. Sou um deles.
Feminino - E qual é a melhor aposta para a final feminina? Serão dois jogos bem opostos. No primeiro, Caroline Wozniacki e Vera Zvonareva, sem a potência para winners, deverão fazer infindáveis trocas de bola num teste de regularidade, físico e de nervos. Justamente por isso, a dinamarquesa leva vantagem, embora não seja tão grande assim.
Kim Clijsters e Venus Williams, ao contrário, tendem a fazer um duelo de força, correndo maiores riscos a partir já do primeiro saque. A belga teve seus altos e baixos no torneio, mas é mentalmente muito forte e deve chegar a sua terceira final seguida, ainda mais se o jogo for para o terceiro set.
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