5º Simposio de Ensino de Graduação
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS - UMA VISÃO APROFUNDADA
Autor(es)
VITOR GUZZO VILELA
Co-Autor(es)
ALEXANDRE SUTTO DE GODOY
RAFAEL GEVARTOSKY
Orientador(es)
Eline Tereza Rozante Porto
1. Introdução
A modalidade Tênis em Cadeira de Rodas foi uma opção pelos integrantes do grupo, já que este incluía dois
deles com experiência no esporte convencional, ou seja, no Tênis de Campo. Este trabalho foi realizado
para a disciplina de Atividade Motora Adaptada, sob Orientação da Professora Eline Porto. A proposta do
trabalho foi realizada para mostrar aos alunos do 5º semestre do curso de Educação Física as
características e funcionalidades do Tênis para Cadeirantes e também, ilustrar suas diferenças com relação
ao esporte convencional, o tênis de campo. Para este trabalho, foram realizadas pesquisas em sites como
do Comitê Paraolímpico Brasileiro, International Tennis Federation e das Paraolimpíadas Atenas 2004.
Ainda consultamos o autor POMME e CAVALCANTI (2006). Vale ressaltar que, o Tênis para Cadeirantes é
uma das modalidades pára- olímpicas mais praticada no mundo, porém, no Brasil há poucos praticantes. O
pioneiro deste esporte no Brasil foi José Carlos Morais. O esporte requer dos atletas um alto nível de
técnica, velocidade, resistência física, reflexos, precisão e força.
2. Objetivos
O objetivo deste trabalho é: 1) mostrar o Tênis em Cadeira de Rodas, promovendo a divulgação do mesmo;
2) apresentar as diferenças entre Tênis para Cadeirantes e o Tênis de Campo convencional; 3) conhecer
sobre as especificidades da modalidade adaptada
3. Desenvolvimento
Para a realização do trabalho realizamos pesquisas bibliográficas, em que nos atentamos sobre as regras do
jogo, seus materiais, a classificação dos atletas e curiosidades que envolvem o esporte.
4. Resultados
Regras de Jogo O jogo de Tênis em Cadeira de Rodas segue as mesmas regras do Tênis, com as seguintes
exceções: a) A Regra dos Dois Quiques: é permitido que a bola quique duas vezes. O jogador deve rebater
a bola antes dela quicar pela terceira vez. O segundo quique pode ser tanto dentro quanto fora dos limites
da quadra. b) A Cadeira de Rodas: A cadeira é considerada parte do corpo, e todas as regras aplicadas ao
corpo do jogador, devem ser aplicadas à cadeira. c) O Saque: O saque deve ser executado da seguinte
maneira: Imediatamente antes de começar o serviço, o sacador deve estar numa posição imóvel. Antes de
acertar a bola, lhe será permitido empurrar a cadeira. O sacador deve, através da execução do serviço, não
tocar, com qualquer roda qualquer outra área a não ser aquela atrás da linha de base dentro dos limites da
extensão imaginária da marca central e das linhas laterais. Se os métodos convencionais de serviço forem
fisicamente impossíveis para um jogador tetraplégico, o jogador ou um indivíduo deve soltar a bola para tal.
No entanto, o mesmo método de serviço deve ser utilizado todas as vezes. d) O Jogador Perde o Ponto
quando: Se falhar a devolução da bola antes que ela toque o solo três vezes. Se ele usar qualquer parte dos
pés ou das extremidades mais baixas como breques ou estabilizadores enquanto devolve o saque, rebate a
bola, vira ou pára contra o solo ou contra qualquer roda enquanto a bola está em jogo. Se ele deixar de
manter um dos glúteos contra o assento da cadeira enquanto rebate a bola. e) Impulsionar a Cadeira com os
Pés Se por causa da falta de capacidade um jogador estiver inapto a impulsionar a cadeira através das
rodas, então este deve impulsioná–la com um dos pés; f) Tênis em Cadeira de Rodas/Tênis quando um
tenista cadeirante estiver jogando com ou contra um jogador sem deficiência, em simples ou duplas, as
regras do Tênis em Cadeira de Rodas devem ser aplicadas ao cadeirante e as regras do Tênis para o outro
tenista. O Tenista Cadeirante Competitivo: Para poder ser aceito a competir nos torneios de Tênis em
Cadeira de Rodas sancionados pela ITF e Jogos Para Olímpicos, o jogador deve ter uma inabilidade física
permanente que seja medicamente diagnosticada. Esta inabilidade física permanente deve resultar em uma
perda funcional substancial em um ou ambos membros inferiores. Os jogadores devem estar dentro de um
dos parâmetros de aceitação: - déficit neurológico no nível S1 ou proximal, associada com a perda da função
motora, ou; - artrose severa e /ou substituição da articulação do quadril, joelho ou tornozelo, ou; - amputação
de qualquer articulação dos membros inferiores proximal à articulação metatarsofalangeal; - jogador com
inabilidades funcionais em um ou ambos membros inferiores equivalentes à tetraplegia (QUAD) que se
encaixam em: Déficit neurológico no nível C8 ou proximal associado à perda de função motora ou;
amputação de membro superior, ou; Focomelia (Má formação congênita) do membro superior, ou; Miopatia
ou Distrofia Muscular do Membro superior, ou; jogador com inabilidades funcionais em um ou ambos
membros inferiores. A combinação de função de membro superior dominante e não dominante e função de
tronco será considerada ao avaliar a aceitação do seu status de QUAD. Para ser julgado aceitável para
status de QUAD, o jogador que pode demonstrar um bom nível de função e controle de tronco, precisará ter
um maior nível de inaptidão nos membros superiores do que aqueles jogadores com pequeno ou nenhum
controle de tronco.
Jogadores QUAD não podem usar nenhum dos pés para impulsionar a cadeira. Cadeiras
Elétricas Jogadores que têm severas limitações em sua mobilidade as quais impede de empurrar a cadeira
manualmente, podem usar cadeira de rodas elétrica para jogar tênis. No entanto, uma vez que os jogadores
escolheram jogar em uma cadeira elétrica, eles devem continuar fazendo em todos os eventos sancionados
pela ITF. Em caso de ocorrer algum dano com a cadeira do competidor, ele terá um tempo limite de 20
minutos (ao longo de toda a partida) para repará-la. Histórico Ao longo das três últimas décadas, o Tênis em
Cadeira de Rodas tem sido um dos esportes com mais rápido crescimento e um dos mais excitantes
esportes internacionais para os deficientes.
Criado em 1976 pelo americano Brad Parks, o jogo se desenvolveu de uma atividade recreacional para um esporte profissional.
Em 1977, ocorreu o torneio pioneiro, em Griffith Park, Califórnia. O primeiro campeonato nacional nos EUA, em 1980.
Em resposta ao seu notável crescimento global, a Federação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTF) foi criada
em 1988 para gerir, promover e desenvolver o esporte mundialmente que é jogado em mais de oitenta
países em todos os continentes. Ainda em 1988, a modalidade estreou nos Jogos Para-olímpicos de Seul,
em caráter de exibição. Em 1991, a entidade foi incorporada à ITF (Federação Internacional de Tênis). A
partir de Barcelona-92, o Tênis em Cadeira de Rodas passou a valer medalhas. Desde então, a modalidade
é disputada por homens e mulheres, em duplas e no individual. No dia 1 de Janeiro de 1998, a IWTF foi
totalmente integrada à ITF (Federação Internacional de Tênis), se tornando o primeiro esporte para
deficientes a alcançar tal união em nível internacional.
Com o intuito de manter relações com as nações fundadoras da IWTF, foi criada a Associação Internacional de
Tênis em Cadeira de Rodas (IWTA) a qual atua como um corpo conselheiro para o Comitê de Tênis em Cadeira de Rodas da ITF,
representando a visão dos jogadores e administradores. O Tênis em Cadeira de Rodas também tem seu próprio circuito
internacional.
O Circuito NEC Internacional de Tênis sobre Cadeira de Rodas, originado em 1992 com 11
torneios internacionais, mas tem crescido em tamanho e popularidade com os mais de 120 torneios tomando
lugar em todo o mundo. Histórico no Brasil José Carlos Morais foi o primeiro brasileiro a praticar o Tênis em
Cadeira de Rodas, em 1985. O médico gaúcho conheceu o esporte quando foi à Inglaterra competir pela
seleção nacional de Basquete em Cadeira de Rodas. Lá, a vertente Paraolímpica do tênis lhe foi
apresentada durante uma clínica da modalidade. Atlanta-96 marcou a estréia do Brasil nos Jogos
Para-olímpicos. Novamente, Morais foi o pioneiro. A continuação desta história fica a cargo de Mauricio
Pommê e Carlos Santos, o Jordan. Eles representaram o Brasil na ParaOlimpíada de Atenas-2004, e foram
os representantes do país no Para–Panamericano 2007.
ATLETAS EM DESTAQUE:
MAURÍCIO POMMÊ: 37 anos, paraplégico. Em novembro de 1997, a vida do tenista paulistano Maurício
Pommê foi mudada por um grave acidente. O atleta caiu do telhado da sua academia de tênis e ficou
paraplégico. Um ano após o acidente, o técnico de tênis em cadeira de rodas, Sérgio Gatto, convidou
Pommê para a versão paraolímpica do esporte que desde os dez anos esteve presente em sua vida. O
resultado é que hoje Maurício Pommê está entre os melhores tenistas do mundo. Inteligente e
compenetrado, Maurício sempre teve facilidade para qualquer esporte, dentre eles o futebol, tanto é que
preferia as aulas de Educação Física na escola, curso no qual acabou se formando. Os pais, as irmãs e a
namorada Vera são seus principais incentivadores. Hoje é professor e dono de uma academia de tênis e tem
como lema um jogo feito com honestidade e qualidade. “Todos esses anos de dedicação valeram a pena.
Estou me preparando para trazer o melhor para o meu País”, diz. Também representará o Brasil no ParaPan
2007. Pommê, que é o 2º colocado no ranking nacional e 110º colocado no Ranking Mundial em simples e
84º em duplas. Atingiu seu melhor ranking em simples em Dezembro de 2003, alcançando a 48º colocação e
em Outubro de 2004 atingiu a 46º posição em duplas, seu ranking mais alto. Ao longo da carreira, já
conquistou 53 vitórias e sofreu 37 derrotas em simples, e nas duplas, venceu 38 e perdeu 29. Possui ótimos
resultados na carreira, acumulando alguns títulos, várias finais e muitos duelos com Carlos Alberto. Em 6
duelos, foram 4 vitórias de Jordan e 2 de Pommê, sendo essas 2 nas 2 primeiras vezes em que se
enfrentaram. Apesar disso, eles costumam ser parceiros em torneios de duplas e já obtiveram bons
resultados atuando juntos.
CARLOS ALBERTO CHAVES DOS SANTOS (JORDAN): 37 anos, dificuldade de
locomoção - poliomielite. É da seleção paraolímpica brasileira de tênis em cadeira de rodas e será um dos
representantes do Brasil no ParaPan 2007. O jogador de basquetebol, Michael Jordan, é seu ídolo, por isso
o apelido. Mesmo acometido de poliomielite aos dois anos de idade, o atleta não deixou de praticar esportes
com pessoas que não tinham deficiência. Sua infância e adolescência foram recheadas de muitas
atividades: basquetebol, pólo aquático e voleibol. Depois foi que ele resolveu praticar uma modalidade
paraolímpíca. Sua mãe é a pessoa que mais o influencia e o incentiva a jogar. Carlos Alberto é o tenista nº 1
do ranking nacional e atualmente o 50º Colocado no Ranking Mundial em simples e 93º em duplas, tendo
vencido em sua carreira 3 torneios de simples, além de já ter disputado algumas finais. Já venceu vários
torneios na categoria duplas, tendo como parceiro o outro brasileiro em destaque no circuito, Mauricio
Pommê. Curiosamente, dentro dos torneios, já travou batalhas com Pommê, tendo vencido umas e perdido
outras. Ao longo da carreira, acumula 30 vitórias e 18 derrotas em simples, sendo 11 vitórias e 4 derrotas em
2007 e 23 vitórias e 15 derrotas em duplas, sendo 5 vitórias e 3 derrotas em 2007. Contra Pommê, lidera o
retrospecto com 4 vitórias em 6 jogos ao longo da carreira, tendo vencido os 4 últimos disputados. Na
carreira, atingiu seu melhor ranking alcançando a 48º no dia 02 de Julho de 2007, em simples, e em duplas,
em 18 de Outubro de 2004, alcançou a 53º colocação. Campeonatos em Destaque Em duas partidas
emocionantes, o Brasil foi o vencedor da segunda divisão do Campeonato Mundial de Tênis em Cadeira de
Rodas, realizado em Brasília, entre 1° e 7 de maio. Por ter chegado à final, nosso país volta para a divisão
de elite. Os brasileiros Maurício Pommê e Carlos Santos venceram, respectivamente, os argentinos Oscar
Diaz e Gillhermo Camusso por 2 sets a 0.
No feminino, o time tupiniquim, representado por Rejane Cândida
e Samanta Almeida, perdeu seus primeiros jogos e não terminou entre os 10 melhores. No mundial, a
competição é disputada nos moldes da Copa Davis, onde os confrontos acontecem por país, sempre em
duplas, contando com dois tenistas reservas.
5. Considerações Finais
A partir deste trabalho, pudemos concluir que, há pouco investimento nos esportes para-olímpicos, seja no
Tênis para Cadeirantes ou outros esportes, e com isso acaba não havendo uma grande divulgação e
expansão dos mesmos. Já com o tênis, pudemos observar que o esporte convencional vem passando por
uma crise com relação a resultados e jogadores e isso, acaba afetando de maneira indireta na modalidade
para - olímpica, pois ocorre certa discriminação, em que se relaciona o insucesso do esporte convencional
com o esporte adaptado. Além disso tudo, é muito complicado, no Brasil, conseguir apoios e também
reconhecimento praticando esportes. Porém, apesar de todos os problemas que envolvem o esporte, o
Tênis para Cadeirantes tem conseguido algumas “façanhas”, pois além das medalhas nos jogos Para -
panamericanos, há dois jogadores “top 100”, ou seja, há dois jogadores “ranqueados” entre os 100 melhores
jogadores do mundo. Para nós do grupo, foi muito gratificante e importante realizar este trabalho,
especialmente para os componentes que já tinha grande contato com o esporte convencional. O
aprendizado foi muito grande, pois aprendemos coisas que jamais imaginávamos. Itens e detalhes que nos
tornaram ainda mais conhecedores do esporte, pois nos fez enxergar pontos fundamentais nas diferenças
existentes entre o esporte convencional e o esporte adaptado. Além do mais, pudemos averiguar que o
Tênis em Cadeira de Rodas possui ainda mais dificuldades do que o Tênis de Campo quando se trata de
divulgação, patrocínio e retorno. E vimos também que apesar de ambos passarem por tais dificuldades, o
Tênis em Cadeira de Rodas também pode produzir atletas de ponta como no esporte convencional, mas que
enfrenta ainda mais problemas. Acreditamos ter conseguido atingir todos os objetivos e termos cumprido a
tarefa proposta com relação a essa modalidade pouco explorada em nosso país e esperamos que o esforço
tenha sido valido e possa contribuir de alguma maneira para o futuro do esporte no país.
Referências Bibliográficas
>. Acesso em 21 jul. 2007.
2007.
Paraolimpíadas Atenas 2004. Disponível em: <http://cpb.org.br/atenas2004>. Acesso em 21 jul. 2007.
Pomme, M.; Cavalcanti, W. A. Tênis em Cadeira de Rodas - Manual de Orientação Para Professores de
Educação Física. Disponível em: <http://www.informacao.srv.br/cpb/pdf/tenis_cadeira.pdf>. Acesso em 21
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