domingo, 5 de agosto de 2012

Medicina Esportiva.

O que significa a sigla PRP?
26/04/2011 às 10h36

Por Dr. Rogério Teixeira da Silva


É a abreviação de Plasma Rico em Plaquetas.




Tubos de ensaio mostrando o PRP (parte amarela dos tubos) após a
centrifugação




O que vem a ser o tratamento com PRP?
O tratamento consiste na utilização das plaquetas (as células do sangue que são responsáveis pelos processos de cicatrização de tecidos) como auxiliar ao tratamento de doenças e lesões. Antigamente muito usado em cirurgia buco-maxilar e em odontologia, nos últimos anos vem tendo utilidade na cirurgia cardíaca e na ortopedia, além de ser um grande avanço no tratamento de algumas lesões esportivas.

Qual o objetivo do tratamento com PRP?
O objetivo é ajudar o processo natural de cicatrização dos tecidos. Muitas partes do nosso corpo apresentam lesões crônicas pois têm um grande problema na vascularização e nutrição. Um exemplo disso são os tendões, que não têm normalmente grande quantidade de vasos sanguíneos. Isso faz com que eles não tenham um grande potencial de cicatrização, quando apresentam lesões. As plaquetas podem ser excelentes auxiliares na cicatrização destes tecidos, e hoje são recomendadas em muitas situações clínicas.

Onde posso utilizar o tratamento com PRP?
1. Tendinites crônicas (cotovelo, joelho, quadril, tornozelo, entre outros locais)
2. Rupturas parciais de tendões (tendão de aquiles, tendões do joelho)
3. Lesões musculares crônicas (quando nenhum outro tratamento clínico obteve sucesso)
4. Como auxiliar ao tratamento de defeitos de cicatrização de fraturas (as chamadas pseudoartroses)
5. Como tratamento alternativo intra-articular nas artroses iniciais de joelho (em conjunto com outras terapias)
6. Em cirurgias de reparo de tendões e ligamentos do joelho
7. Como auxiliar ao tratamento das lesões de cartilagem do joelho





Forma de PRP condensado, da forma como é utilizado em cirurgias (para isso temos que centrifugar por mais tempo)


Existem evidências científicas para o seu uso em ortopedia?
Sim. Recentemente foram publicados estudos de nível de evidência I (a melhor que pode ser realizada quando falamos em estudos clínicos) mostrando que a terapia com PRP é superior a aplicação de corticóide nas tendinites do cotovelo. Em outras patologias as evidências são de nível II, III e IV, em lesões musculares, tendinites do ombro e tendinopatias de aquiles. Para algumas tendinopatias de aquiles o PRP não deve ser indicado - como no caso da lesão que não apresenta imagens de rupturas intratendíneas. Trabalhos já mostraram que a indicação depende muito da fase da lesão, de qual tecido estamos tratando, e do tipo de processamento destas plaquetas.

Todos os tratamentos com PRP são iguais?
Não. Em nosso país temos somente alguns materiais (todos importados) que estão autorizados a processar o sangue para posteriormente as plaquetas serem colocadas no tendão ou em outra estrutura qualquer. Procedimentos manuais ainda não estão autorizados para serem realizados em consultórios, somente em clínicas que manipulam produtos hemoderivados, como hemocentros. Os diferentes kits para preparo do PRP produzem tipos diferentes de concentrados de células, uns com mais e outros com menos produtos agregados (entre eles os leucócitos). Dependendo do que é pretendido em termos de resposta inflamatória escolhemos um ou outro produto, e é por isso que essa decisão deve ser do seu médico.

Existe alguma complicação quando se utiliza o PRP?
Não. O sangue é processado imediatamente após a sua coleta, e não são usadas substâncias exógenas, somente o sangue do paciente. Uma contra-indicação é que não devemos utilizar este produto em pacientes que tenham tumores na área de implante do PRP, pois isso pode aumentar o processo de crescimento do tumor. Também não existe nenhum problema de doping, para quem quiser utilizar isso em atletas profissionais. A única contra-indicação do PRP é em pacientes que têm baixa concentração plaquetária (a chamada plaquetopenia), pois o processo não gera nenhuma plaqueta, simplesmente concentra as já existentes. Se a concentração de plaquetas é muito baixa não terei como após a centrifugação contar com um número elevado de células.

No sentido de orientar melhor os médicos fizemos uma apresentação que conta toda a história da pesquisa e da aplicação clínica do PRP. Para quem tiver interesse, e for da área médica, por favor acesso o link PRP. A aula é um pouco demorada para começar, pelo fato de ter 40 minutos - apresenta também muitos termos técnicos, mas mostra o que temos hoje de suporte para indicação deste novo tratamento. Pelo fato de envolver um tratamento específico ela só pode ser acessada por médicos após o devido cadastro no site.



Dr. Rogério Teixeira da Silva é Mestre e Doutor em Ortopedia e Medicina Esportiva pela Unifesp, é coordenador do NEO - Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia e diretor da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte da SBOT e médico do grupo de ortopedia e traumatologia esportiva do Hospital São Luiz - Morumbi
Blog: http://docroger.blogspot.com

rogerio@neo.org.br

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