Entenda melhor os anti-inflamatórios
25/07/2011 às 17h32
Por Dr. Rogério Teixeira da Silva
Anti-inflamatórios são muito usados no Brasil e em todo o mundo para tratar quadros de dor aguda. Mas porque será? Então podemos falar que eles também são analgésicos? Podemos sim.
Os anti-inflamatórios se dividem em hormonais (aqueles derivados de corticóides) e não hormonais (os que não afetam a parte hormonal). Anti-inflamatórios não hormonais diminuem a dor e a inflamação porque agem bloqueando a produção de prostaglandina. Quando temos uma contusão ou uma dor aguda ocorre a liberação destas substâncias (que se apresentam em vários subtipos), o que proporciona o estímulo para gerar dor. Por isso é que boa parte dos anti-inflamatórios não hormonais também tem um grande potencial analgésico, principalmente nas contusões agudas (torções, contusões, fraturas, etc).
Os anti-inflamatórios não hormonais foram objeto de muita discussão desde que o Vioxx saiu do mercado em 2004 porque descobriu-se que alguns mais modernos (que são mais seletivos para bloquear a dor e inflamação) causavam problemas cardíacos.
O que é importante lembrar aqui: tudo em medicina é baseado na relação risco/ benefício e todo médico pondera isso ao realizar uma conduta (indicar um remédio, uma cirurgia, entre outras coisas). Quando falamos de medicamentos, duas coisas são muito importantes: tempo de utilização e dose. Um anti-inflamatório usado por uma ou duas semanas pode causar algumas complicações gastrointestinais, se for não
seletivo da Cox-2, mas dificilmente vai causar complicações renais ou cardíacas, se for usado por uma semana ou 10 dias. Outra coisa importante: alguns medicamentos podem ser usados em doses baixas depois de uma dose maior inicial e isso é muito importante para prevenir as complicações. Portanto, observem que mesmo um medicamento considerado comum pela população tem as suas peculiaridades e a automedicação pode ser muito prejudicial.
Discuta com seu médico esses pontos de vista e lembre que todo anti-inflamatório deve ser vendido somente com prescrição médica, independente de ser novo ou antigo. Muitas farmácias fazem vista grossa e vendem sem prescrição, o que deve ser coibido pelas agências regulatórias. As sociedades médicas estão de olho nisso e sempre fazendo campanhas para que a venda seja feita somente com receita médica.
Dr. Rogério Teixeira da Silva é Mestre e Doutor em Ortopedia e Medicina Esportiva pela Unifesp, é coordenador do NEO - Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia e diretor da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte da SBOT e médico do grupo de ortopedia e traumatologia esportiva do Hospital São Luiz - Morumbi
Blog: http://docroger.blogspot.com
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