Após a preparação do golpe (backswing), podemos caracterizar três importantes fases para os golpes no tênis:
A. Fase de aceleração da raquete
B. Fase de contato com a bola
C. Fase de desaceleração da raquete
A fase de aceleração (A) parte de uma velocidade zero (V0), e por isso exige intensas contrações dos músculos envolvidos no golpe. É nesta fase que o executante terá a chance de acelerar a raquete até o ponto de contato com a bola (B). Se a preparação for curta, menor será a possibilidade de acelerar a raquete até o ponto de contato. Se a preparação for muito ampla, apesar do executante ter mais chance de acelerar a raquete, a precisão será prejudicada. Portanto, antes de golpear uma bola, é preciso dosar muito bem esta relação potência/precisão.
Entre algumas variáveis que definem a potência imprimida à bola, sem dúvida uma das mais importantes é a velocidade instantânea (Vi) com que as cordas da raquete atingem a bola.
Com estas informações podemos concluir que para imprimirmos bastante potência à bola, o ideal seria acelerarmos o máximo possível a raquete desde o ponto A até o ponto B. Mas não é tão simples assim: estudos científicos mostram que os atletas de elite, em várias modalidades, não atingem seu alvo com a velocidade máxima. Ocorre uma desaceleração pré-impacto, que pode ser explicada como sendo um mecanismo de ajuste, buscando a precisão. Veja nos quadros a seguir as magnitudes destas reduções de velocidade pré-impacto:
- SAQUE (TÊNIS)
Pico de Velocidade |
Velocidade no Impacto |
Redução | |
Ponta da Raquete |
144 km/h |
97 km/h |
33% |
- CHUTE (FUTEBOL)
Pico de Velocidade |
Velocidade no Impacto |
Redução | |
Pé |
112 km/h |
90 km/h |
20% |
- SOCO (BOXE)
Pico de Velocidade |
Velocidade no Impacto |
Redução | |
Mão |
41 km/h |
34 km/h |
17% |
A fase de desaceleração da raquete (C) também é muito importante, principalmente quanto à integridade física dos músculos e tendões do membro superior. Durante esta fase, ou seja, após o impacto com a bola, o executante deve desacelerar a raquete rapidamente em uma distância muito curta. Esta desaceleração, que é chamada de contração excêntrica , requer um gasto energético muito grande e se realizada freqüente e bruscamente pode lesionar os grupos musculares envolvidos. Um exemplo clássico deste tipo de lesão é o tennis elbow, muitas vezes causado pela brusca desaceleração do braço durante o golpe de esquerda (backhand ).
Estou à disposição para dúvidas e discusssões.
Prof. Ms. LUDGERO BRAGA NETO é tenista de primeira classe pela Federação Paulista de Tênis, Mestre em Educação Física pela USP, onde atualmente faz Doutorado em Biomecânica do Tênis e é professor da disciplina Tênis. Atualmente é também coordenador técnico da Academia Slice Tennis, onde é o treinador da tenista Jenifer Widjaja. |
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